Um Lugar Silencioso – Parte II

John Krasinski cresceu muito desde “The Office”. O ator que se consagrou como o irônico Jim na série cômica hoje é a mente genial por traz de “Um Lugar Silencioso” assinando direção e roteiro do filme inicial e sua continuação que mantém o excelente nível do anterior. Na trama somos apresentados a vida da família Abbott no dia da aparição das terríveis criaturas que mudaram a vida de todos e praticamente acabaram com o mundo. Mais adiante a narrativa continua exatamente do ponto de partida do filme anterior.

 

Além dos sustos muito bem executados, jogos de luz, uso de jogo de câmeras para demonstrar a vastidão do mundo e a solidão e desespero do sobrevivente em um mundo pós-apocalíptico. Encontramos no roteiro a genialidade de Krasinski ao infiltrar na história referências a história americana, onde escravos fugidos cantavam músicas para ensinar para os escravos o caminho seguro para fugir.

O ator Cillian Murphy (Dunkirk) foi ótima adição ao elenco que já não conta com Krasinski, salvo momentos de flashback. Consistente atuação de Emily Blunt no papel de uma mãe destemida disposta a tudo para salvar seus filhos. Mas com certeza quem brilha é o elenco mais jovem. Mais uma vez a personagem Regan (Millicent Simmonds) é o cérebro e força por trás da operação.

O terror e drama estão tão bem executados quanto no incrível filme inicial. Infelizmente a inovação passa longe pois já sabemos o que esperar. Ao fim, ficam duas grandes mensagens, as crianças como esperança para a humanidade e um retrato fidedigno de que em situações de crise (como a que passamos atualmente), alguns se unem para ajudar o próximo e outras pessoas viram monstros, trazendo à tona seus piores lados ocultos. O longa deixa espaço para uma mais do que bem-vinda continuação.