Um Homem Só

Um Homem Só é uma combinação de gêneros diferentes que dá certo, em parte por causa do carisma do elenco, em parte por causa da trama surpreendentemente complexa. A história se desenrola a partir do momento em que Arnaldo (Vladimir Brichta), cansado de um casamento desastroso com Aline (Ingrid Guimarães), decide fugir e fazer uma cópia de si mesmo para ficar em seu lugar. Para começar uma vida nova, ele conta com a ajuda do melhor amigo, apresentado apenas como Mascarenhas (Otávio Muller), e Josie (Mariana Ximenes), a excêntrica herdeira de um cemitério de animais de estimação.

O resultado não é o que se espera ao ver a coleção de globais que estrela a produção. Para começar, não é uma comédia rasgada com piadas óbvias, nem um romance água-com-açúcar. O visual retrô do filme dá a ideia de um passado recente, em que os celulares ainda não existiam mas já era possível pesquisar no Google. Virada atrás de virada prendem o espectador na narrativa criada por Claudia Jouvin, que assina roteiro e direção.

Além de combinar momentos de tensão com cenas de romance que conseguem não ser bregas, o filme levanta várias questões. A primeira, que passa pela cabeça de Arnaldo, é decidir o que exige mais coragem: largar tudo ou para continuar numa vida infeliz. Outra, que passa pela de Josie, que perdeu a mãe cedo e vê donos perderem seus bichos todo dia, é como lidar com a morte. À medida que o filme avança, quem está na poltrona do cinema também começa a se perguntar se está torcendo para o “original” ou “a cópia”. Mas há uma certeza: vale a pena assistir.

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