Um Ato de Esperança

Tomar decisões difíceis faz parte do dia a dia de qualquer ser humano normal. Podemos tomar decisões tanto boas quanto ruins, e aos pouco aprendemos que as certas são feitas após ter errado algumas vezes. O famoso “é errando que se aprende”. Mas e quando temos que tomar decisões de vida e morte, literalmente? Estamos preparados para decidir quem vive e quem morre? Ou se devemos manter viva, uma pessoa que já aceitou a sua vindoura morte? Esse é o tema central de “Um Ato de Esperança”. Um filme que nos faz pensar sobre o que é melhor para cada um de nós.

Sinopse: “Com seu casamento com Jack em ruínas, a juíza Fiona Maye, proeminente membro da Alta Corte Britânica, tem em suas mãos uma decisão que pode mudar muitas vidas. Pelo poder que a justiça lhe concede, Fiona pode obrigar um garoto que está entre a vida e a morte a receber uma transfusão de sangue, um procedimento simples, que pode salvar sua vida. Entretanto, ele se recusa a receber o tratamento por motivos religiosos. Quebrando o protocolo, a juíza decide ir visitá-lo no hospital. Essa visita mudará para sempre não apenas sua perspectiva sobre a vida, como também despertará sentimentos que até então ela não se permitia experimentar.”

A premissa é bem interessante e temos um bom desenrolar após a decisão que é mote central da história. Um garoto que aceita sua morte, mas que se

vê com uma segunda chance nas mãos tendo essa decisão sendo tomada por outra pessoa e contrariando seus dogmas religiosos. Imagina o turbilhão de coisas que pode se passar na mente de alguém assim, ainda mais quando falamos de um adolescente, no ápice de sua juventude e com milhões de dúvidas a serem respondidas.

A direção de Richard Eyre (Notas Sobre um Escândalo) é bem simples, o que acaba dando destaque e focando principalmente na atuação de seus atores. Aqui, a atuação é quase que completamente em cima de Emma Thompson (ganhadora do Oscar como melhor atriz em Retorno a Howard’s End), que sendo a protagonista, nos leva direto para esse misto de emoções. Com problemas no casamento e tomando decisões de vida ou morte, que acabam em um final de puro desabafo para a personagem. O outro destaque é para Finn Whitehead (Dunkirk) que consegue passar a emoção e as confusões mentais de um adolescente de uma maneira muito boa e verdadeira. Infelizmente, não posso dizer o mesmo de Stanley Tucci (Spotlight – Segredos Revelados). Não que ele esteja ruim, mas como sou muito fã dele, achei que ficou bem abaixo do esperado.

As decisões diárias nunca são fáceis, e realmente sempre estaremos sujeitos a escolher errado, mas é importante saber como vamos lidar com essa decisão a ser tomada. É sempre bom estarmos convictos do que vamos fazer, pois pelo menos sabemos que ela foi feita de forma honesta com você mesmo. A ética e a moral não são a mesma coisa, mas podem andar juntas, por isso faça o que achar justo, mas pense também em como isso vai afetar as pessoas a sua volta. Uma simples decisão pode mudar a vida de muita gente e também a sua.