Lembro quando eu era criança e ganhava dos meus pais uma coleção de livros da Disney que vinha junto uma fita cassete contando a história em áudio. Vocês lembram disso ou será que estou viajando sozinho? Eu não sou tão louco assim, e lembro que Dumbo foi um desses livros que mais me marcou nessa época. Eu não consigo lembrar de tudo, mas sei que era uma das minhas preferidas. Desde criança essa história já me fascinava, o que me fez ir ao cinema com bastante curiosidade e ansiedade por essa versão live action.

Sinopse: “Holt Farrier é uma ex-estrela de circo que retorna da guerra e encontra seu mundo virado de cabeça para baixo. O circo em que trabalhava está passando por grandes dificuldades, e ele fica encarregado de cuidar de um elefante recém-nascido, cujas orelhas gigantes fazem dele motivo de piada. No entanto, os filhos de Holt descobrem que o pequeno elefante é capaz de uma façanha enorme: voar.”

A nostalgia me pegou forte, mesmo sabendo e entendendo que o filme é apenas mediano, realmente não me importei muito com isso e fiquei feliz com tudo o que vi. Desde a descoberta que Dumbo voa, passando pelo momento em que ele voa sozinho para não cair no chão, até a grandiosa Dreamland, que visualmente é linda. Muitos desses momentos não têm na versão original, como também a implementação dos personagens humanos que cuidam do nosso elefante voador. Mas temos uma alusão a parte musical dos Elefantes Rosas, que fica maravilhosa e um pouco mais plausível para essa versão.

É muito bom ver Tim Burton (Edward Mãos de Tesouras) fazendo algo bom novamente, mesmo que um pouco discreto. Sou muito fã do diretor, mas não gostei dos últimos trabalhos dele e aqui podemos ver todo o seu aspecto visual latente em tela. Juntando o seu famoso visual gótico com momentos circenses que deixam a sua fotografia simplesmente linda. Todo esse visual se destaca principalmente em Dreamland, o parque do inescrupuloso empresário, vivido por Michal Keaton (Birdman), que por sinal está excelente aqui. Podemos ver tudo o que falei aí em cima junto com um ar steampunk (quando coisas tecnológicas são usadas em um passado onde ainda não existiam, resumindo bem basicamente).

O ponto fraco de sua direção fica para os atores, com exceção de Michael Keaton e Danny DeVito (Batman: O Retorno) que está muito bem também, mas o resto do elenco fica no máximo no mediano. Colin Farrell (Na Mira do Chefe) é o protagonista, mas me dá a impressão de que não queria estar ali; Eva Grenn (Os Sonhadores) também me dá a mesma impressão, a diferença é que ela ainda consegue mostrar mais expressões que o protagonista. Achei as crianças fracas também (me sinto mal tendo que falar mal de crianças). Mas tudo isso dá pra deixar para lá, afinal estamos falando de Dumbo, que é o verdadeiro astro e ele está incrível.

Temos aqui uma boa adaptação para o novo público, afinal o original é de 1941. Vale levar toda a família para ver, pois ele é fofo e divertido. Não sei se chegará ao ponto de ser memorável, mas a ida ao cinema não terá sido a toa. E segura a Disney, pois além de Dumbo, nesse ano ainda teremos mais duas adaptações de seus clássicos. Teremos Aladdin (maio) e O Rei Leão (julho) também. Para você que é fã da empresa, esse será o seu ano. Aproveite e mostre essas novas versões para os menores. Eles também merecem ser felizes.

Confira aqui a animação Dumbo (1941) em integra no Youtube!