The Umbrella Academy – 2ª Temporada
“The Umbrella Academy” é uma série original da Netflix baseada na HQ de mesmo nome da editora Dark Horse. Criada por Gerard Way (vocalista do My Chemical Romance) e Gabriel Bá (nosso orgulho nacional), a revista conta a história de 7 irmãos adotados pelo mesmo pai, e que devido a suas habilidades únicas e especiais são transformados em super-heróis. Com o passar do tempo, caem em decadência e tentam viver suas vidas após o ostracismo.
No final da 1º temporada, os nossos heróis saltam no tempo para fugir do apocalipse em 2019. Com isso, cada um cai na década de 60, mas em momentos separados. Sendo Klaus e Ben os primeiros a caírem em 1960 e por último o Cinco caindo em 1963, ano em que Kennedy seria assassinado. Como tudo nunca dá certo para o grupo, descobrimos que o apocalipse seguiu eles e agora eles têm somente 10 dias para impedi-lo. Problemas iguais em épocas diferentes.
A temporada em um modo geral foi boa, achei satisfatória e me fez ficar querendo ver logo o que vai acontecer em uma possível 3º temporada. Lógico que tudo tem um “mas”, e apesar de ter sido bem certinha, alguns problemas que me incomodaram antes, me incomodaram aqui também. E esse maior erro é o carisma dos personagens, acho todos os irmãos egoístas e que não funcionam separados. Foi difícil gostar de cada um deles e aqui continua. Lembrando que isso pode ter sido a ideia dos produtores para torná-los mais humanos, mas comigo não funcionou. Para mim, eles só funcionam juntos, e a prova de que estou certo é o último episódio que certamente foi o melhor da temporada.
Temas importantes são tocados e que valeram a pena serem explorados. Termos a Alison, que é a única negra do grupo, lutando pelos direitos civis nos anos 60 foi muito legal e que fez muito sentido. Uma pena que devido a história principal, ela tenha sido renegada. Assim como Vanya assumindo o seu lado homossexual em uma cidade conservadora como o Texas. E um pouco menos abaixo em importância, a luta do Diego por ser o único ainda que leva seu lado super-herói a sério, tentando salvar o presidente Kennedy.
Apesar desses detalhes, eu queria destacar a jornada do Ben e do Cinco. Durante a série toda eu senti muita pena do Ben, por estar morto e ainda assim querer sempre estar com seus irmãos. Esse detalhe fica enorme quando todos eles discutem e sai cada um pra um lado e o Ben fica dizendo que só sente saudades deles. O seu arco foi muito bom e teve um final comovente e merecedor. Sobre o Cinco, vale dizer que a série é dele. Todos os seus devaneios, instinto assassino, rabugice em um corpo de adolescente que não condiz com sua aparência é maravilhoso.
Klaus era o meu personagem preferido, mas quase não fez nada nessa temporada. O que tentou fazer não deu certo e o Luther … bem, o Luther de longe é o mais chato. Não teve um arco para se apoiar e acaba sendo aquele que não tem nada acrescentar. O seu amor platônico pela Alison e a sua inaptidão como líder (ele foi criado para isso) o faz como o mais desinteressante do grupo. Poderiam explorar mais a relação com o pai, mas é apensa pincelado e não leva a nada. Por falar nisso, essa relação deles com o pai que não sabe quem eles são por razões óbvias é bem boa.
Como vilões dessa temporada, além do apocalipse, temos os suecos e a Gestora. O trio de irmãos escandinavos são assassinos super treinados e que nos oferecem as melhores cenas de ação. Todas embaladas com ótimas músicas pop e ótimos efeitos digitais, fazendo quase um videoclipe perfeito. Eles poderiam ter dado um clímax melhor, mas foi bom. A Gestora se mostrou uma personagem odiosa que nos faz com que ela morra cruelmente. Somente isso já a fez a melhor vilã que os heróis poderiam ter.
O final de temporada foi muito bom e realmente me empolgou. Vi algo que queria ter visto desde o início, mas me senti recompensado. O cliffhanger deixado para uma possível próxima temporada também foi muito bom. Afinal, todos sabemos que viagens no tempo sempre embaralham tudo e fico ansioso para saber o quão diferente está o mundo agora. Essas implicações deixarão a série mais surtada do que já é.