RRR: Revolta, Rebelião, Revolução

Não há dúvidas que o cinema indiano, conhecido como Bollywood, consegue nos provê épicos que jamais imaginaríamos assistir. Infelizmente, aqui no Brasil, chega pouquíssimas obras do tipo e a maioria fica longe do grande público. ‘RRR: Revolta, Rebelião, Revolução’ chegou na Netflix com um status de um grande blockbuster local e pode ser que ele seja capaz de mudar isso. Sou suspeito para falar, mas posso dizer com tranquilidade que essa foi umas das melhores coisas que vi nesse ano de 2022 até aqui. E pelo jeito que está é bem provável que ele acabe bem alto no meu top 10 do ano.

Sinopse: “Na Índia pré-independência, um oficial inglês e sua esposa levam uma criança indiana a contra gosto de sua família só pelo motivo de que podem fazer isso. Bheem, o pastor dessa tribo promete resgatá-la não importa o que. Quando ele começa a causar muitos problemas para a Coroa inglesa, um oficial da polícia, Raju, é contratado para lidar com o problema com juras de que ele irá ganhar um posto melhor no futuro, caso consiga. Sem saberem, o destino faz com que Bheem e Raju virem amigos e agora o segredo de cada um deles corre em uma corda bamba que pode os tornar inimigos mortais para sempre.”

Nada em minha vida me prepararia para ver este grande épico. Cheguei a ver alguns comentários bons sobre ele, mas em nenhum momento pude crer que ele realmente fosse uma maravilha. Seus 167 minutos de projeção (3h 07min) me deixaram menos impactado ainda. Pensei que poderia começar bem e que poderia me cansar com o tempo justamente por ser longo demais. Esse é um daqueles casos em que agradeço muito por estar errado.

Ele possui todos os gêneros em um só. Temos drama, ação, aventura, comédia e até mesmo musical que considero ser a cereja do bolo. Quem não está acostumado com o cinema indiano há de estranhar as “mentiras” encarnadas em tela. Talvez a física não tenha comparecido durante essas gravações, mas isso é um detalhe que só melhora e o deixa mais grandioso. Todas as cenas de ação são maravilhosas e devidamente exageradas a ponto da pessoa mais cética ficar um pouco constrangida ou injuriada com o que acabou ver de ver em tela.

O que dizer dos momentos musicais entranhados nele. São dois números simplesmente sensacionais. O primeiro é aquele momento de dança que os indianos desafiam os finos ingleses para fazer o mesmo que eles; e o segundo que se passa durante a tortura do nosso protagonista. Que cenas magistrais e que vai fazer você dizer coisas como “isso é cinema de verdade”. Talvez faça até mesmo as pessoas que odeiam musicais darem o braço a torcer.

A parte técnica é toda impecável: direção, direção de arte, fotografia, roteiro, figurino. Tudo nota 10. Além disso ainda temos uma história incrível cheia de reviravoltas e um prato cheio para o público se emocionar e para se empolgar com suas épicas cenas.

Deixo aqui minha total recomendação para vê-lo. Pode ser que o público o ache estranho no começo, mas tenho certeza que a história irá comprometer a todos a ficar até o final, pois é muito bom. Em alguns momentos pode até mesmo parecer que estou sendo irônico, mas está longe de ser isso. Realmente gostei muito dele e como disse lá em cima, já está apto para entrar na minha lista de melhores do ano. Uma grata surpresa de um sábado a noite em que não tinha nada para fazer.