Rocketman
Um motivo para eu gostar de filmes biográficos é justamente saber de onde a pessoa veio, suas influências e saber também todas as polêmicas envolvendo sua vida. É um modo rápido e fácil para se conhecer alguém famoso e importante que já passou ou está passando entre nós. Elton John é uma dessas pessoas curiosas que chamam nossa atenção por seu talento e também por suas polêmicas. Aquela máxima de “álcool, drogas e rock’n roll” é levado ao topo sem a vergonha de mostrar quem ele é de verdade. É um bom filme, mas que não consigo evitar comparações com Bohemian Rhapsody (filme sobre Freddie Mercury e o Queen).
Sinopse: “A trajetória de como o tímido Reginald Dwight (Taron Egerton) se transformou em Elton John, ícone da música pop. Desde a infância complicada, fruto do descaso do pai pela família, sua história de vida é contada através da releitura das músicas do superstar, incluindo a relação do cantor com o compositor e parceiro profissional Bernie Taupin (Jamie Bell) e o empresário e o ex-amante John Reid (Richard Madden).”
Infelizmente, não sou um profundo conhecedor do cantor, o que julgo ser uma falha de caráter minha. Apesar de ser um amante da música em geral, Elton John raramente tocou no meu rádio. Vendo o melhor desse lado é que posso julgar sem um fanatismo enraizado. Conhecer as músicas junto com sua história é simplesmente elucidante. Transformar as canções em números musicais foi de uma genialidade gigante pra mim, pois, conforme as letras vão passando, vamos entendendo sua vida e suas motivações. Uma pena que esse artifício só ser usado na primeira parte do filme, embora a música esteja presente até o final.
Mais importante que a música só mesmo a própria figura de Elton John. Todo aquele seu jeito peculiar de se vestir de forma chamativa, diria até brega na maioria das vezes, é mostrada aqui. Todos baseados em figurinos reais vestidos pelo artista. A sua forma única de cantar e tocar que ficou famosa nos mostrando em um determinado momento uma licença poética, e nos tirando um pouco do real para mostrar o quanto sua vida é fantástica. Toda a sua amizade com Bernie Taupin, vivido por Jamie Bell (Jumper), é incrível, sendo eles parceiros de composição até os dias de hoje e com a curiosidade de nunca terem brigado durante suas vidas. Fato raro em qualquer relacionamento de amizade ou amoroso. E até mesmo sua relação tóxica com John Reid, vivido por Richard Madden (Atentado em Paris), que era seu amante e agente na época.
Todas as consequências dessa vida de rockstar são mostradas aqui também. Todos os seus vícios em álcool, drogas e sexo são mostrados e como isso acaba afetando sua vida. E agora que entra Taron Egerton (da franquia Kingsman), que vive o nosso protagonista. Achei ele simplesmente excelente mostrando trejeitos e peculiaridades do cantor, mas o que mais me impressionou foi o fato dele mesmo cantar as músicas. Sem nenhum efeito, é ele que dá sua cara a tapa ali e mostra que foi uma escolha perfeita para o papel. Nada divino, mas certeiro.
Uma pena o filme só ir até o período em que ele consegue superar seus maiores problemas, talvez até onde foi mais interessante para o público. Posso dizer que é uma incrível jornada e caso seja um fã dele certamente amará. O fã é sempre o maior alvo desse tipo de longa. A comparação com Bohemian Rhapsody é muito clara, pois temos as mesmas curvas de roteiro (problemas com os pais, ascensão, fundo do poço, redenção), algo normal em muitos filmes. Mas ouso dizer que é melhor e mais resolvido que a biografia de Freddie Mercury.