Ricos de Amor

Tenho orgulho de dizer que não tenho preconceito contra nenhum gênero de filme. Lógico que tenho os meus preferidos, mas sou capaz de ver qualquer coisa e analisá-la de uma forma justa. Comédia romântica nacional com certeza não está entre os meus mais desejados, mas de vez em quando, vira e mexe e sou surpreendido por algum longa do estilo. Ricos de Amor entra nessa categoria e conseguiu me surpreender de forma positiva. Netflix já tem um bom currículo com o estilo e porque não apostar no nosso território também.

Sinopse: “No filme Ricos de Amor, o jovem Teto (Danilo Mesquita) é filho do poderoso Teodoro (Ernani Moraes), um bem-sucedido empresário conhecido como “O Rei do Tomate“. Teto leva uma vida de playboy até conhecer Paula (Giovanna Lancellotti), uma estudante de medicina que luta por sua própria independência. Para conquistar Paula, Teto mente sobre as suas origens e acaba se atrapalhando para manter essa farsa. Ricos de Amor é uma comédia romântica pra rir e, principalmente, se emocionar.”

Esse é um filme deliciosamente brega e cliché. Tinha tudo para dar errado e ser mais um genérico do estilo (ele até é), mas conseguiu me cativar de uma forma que não sei explicar. Conseguiu me fazer rir em diversos momentos e suas situações cômicas são bem criativas. O humor físico também é muito bom e você consegue prever o que vai acontecer e já sentir uma certa vergonha com o que virá pela frente. Quando acontece é impossível ao menos não dar um sorriso de canto de boca.

A veia brega está ali. O que dizer sobre a cena em que ele pega um cavalo na chuva e leva sua namorada para ajudar uma pessoa necessitada. Isso é muito ruim, mas faz parte do charme. Se cliché tivesse forma ele seria chamado de Ricos de Amor. O menino rico, arrogante que quer provar que é uma pessoa melhor para sua namorada, sem ela saber quem é você de verdade. Só isso é o suficiente para saber que tudo vai dar errado. Não me entendam mal, parece que estou falando mal, mas eu o estou enaltecendo. Aceitando ele do jeito que tem que ser aceito.

O que dizer também dos atores principais. Ao mesmo tempo que eu os acho ruins e os acho bons. Não sei explicar direito, mas essa é justamente a minha impressão sobre eles. Na verdade, não só os protagonistas, todo o elenco jovem me dá essa impressão. Os veteranos Ernani Moraes (O Animal Cordial) e Fernanda Paes Leme (O Amor no Divã) são o ponto a ser comparados. Eles possuem um papel um pouco menor, mas você consegue ver uma atuação boa ali. Os jovens têm seus momentos, mas não é uma constante.

Se odeia esse tipo de filme, passe longe. Caso ame ou tenha se sentindo curioso por ler o meu texto, veja. Vale a pena vê-lo em uma tarde monótona com seu cônjuge. A diversão será garantida, desde que veja com o ponto de vista que mostrei aqui. Sabendo que ele é brega e cliché, o resto será apenas diversão. Ele foi lançado em abril de 2020 e espero que a Netflix faça mais coisas nesse estilo. Se manter o nível desse, já estará bom demais.