Poderia Me Perdoar?
Para quem não sabe, Lee Israel é uma autora de livros que ficou mais conhecida por fazer falsificações literárias do que com seu próprio material. E por esse fato, ela conseguiu fazer sucesso escrevendo sua própria biografia, tornando as coisas um pouco paradoxais. É com base nesse livro chamado “Can You Ever Forgime Me” (de onde tiramos o título do longa), que temos a premissa central da história, e nos mostra que em momentos de dificuldades somos capazes de qualquer coisa para sobreviver.
Sinopse: “Passando por problemas financeiros, a jornalista Lee Israel decide forjar e vender cartas de personalidades já falecidas, um negócio criminoso que dá muito certo. Quando as primeiras suspeitas começam, para não parar de lucrar, ela modifica o esquema e passa a roubar os textos originais de arquivos e bibliotecas. Baseado em uma história real.”
Acredito que todo mundo nessa vida em algum momento de dificuldade já pensou em fazer algo ilícito para ganhar dinheiro fácil e sair do vermelho (se você nunca passou dificuldade agradeça aos céus). A diferença é que a grande parte não faria nada ilegal. Aqui, não tive como culpar a personagem principal disso. Apesar dela não ser nem um pouco simpática e bastante chata, ainda podemos acabar nos sensibilizando com a situação e compramos a ideia dela. Lembrando um pouco de “Prenda-me Se For Capaz” (2002), mas muito menos pomposo.
Achei o filme bom mas nada espetacular. A direção de Marielle Heller (O Diário de Uma Adolescente) é boa, mas não arrisca muito e faz o seu feijão com arroz de forma competente. Agora os atores são outra história. Melissa McCarthy (A Espiã Que Sabia Demais) e Richard E. Grant (Logan) estão excelentes. Sempre amei ver comediantes fazendo papel em um drama, sempre acho que eles arrasam, e aqui não é diferente. Ela consegue fazer com que você simpatize com uma pessoa que se conhecêssemos na vida real não iríamos querer ter nenhuma amizade. O que torna a pessoa, Lee Israel, muito mais interessante, pois ela não esconde o que é de verdade. E ele eu diria que é até melhor, solto em cena e servindo de apoio criando diálogos incríveis.
Com essa adaptação o filme ganhou 3 indicações ao Oscar (melhor atriz, melhor ator coadjuvante e roteiro adaptado). Não acredito que vá ganhar algum devido a enorme concorrência, mas só por ser lembrado na premiação já é algo para se orgulhar. Vale uma ida ao cinema de forma despretensiosa. Acredito que curtirá muito mais do que se for vê-lo pensando em Oscar. Vá, compre sua pipoca e deixa o filme te levar.