Pelé

Preciso lembrar desde agora que essa resenha se refere ao documentário feito pela Netflix e não ao filme romanceado. Dito isso, informo que o período pego como tema desse longa foi o tempo em que o Rei Pelé jogou na seleção brasileira. Isso engloba os anos de 1957 até 1971, que foi o ano em que se despediu da camisa canarinho. Ele esteve presente nas 3 primeiras vezes em que o Brasil foi campeão do mundo. Isso mostra toda a sua importância para o futebol, para o Brasil e como ele foi usado como propaganda durante a ditadura brasileira.

Sinopse: “O documentário Pelé retrata a história do Rei do Futebol e sua jornada, desde o início de sua carreira, até o histórico título da Copa do Mundo de 1970. Através de entrevistas e imagens exclusivas, somos apresentados de uma maneira intimista ao maior jogador de futebol de todos os tempos. O longa inclui cenas raras com declarações de lendários ex-companheiros de Santos e da Seleção, como Zagallo, Amarildo e Jairzinho, além de depoimentos inéditos de familiares, jornalistas, artistas e outras personalidades que viveram a época de ouro do futebol brasileiro.”

 

Eu sou uma criança que nasceu nos anos 80, ou seja, não vi nada do que aconteceu nesse documentário, apenas ouvi falar. Lembro que na época em que comecei a me entender por gente o Pelé já era conhecido como o Rei do Futebol e era um dos maiores responsáveis pelo tricampeonato do Brasil na Copa do Mundo. Era uma figura importante e bastante prestigiada. Esse registro que vi aqui me ajudou a entender toda pompa colocada a ele, além da importância real dele conquistar essa copa em 1970.

Não há dúvidas de que ele era um gênio da arte futebolística. Nesse filme, é mostrado vários lances magistrais que de certa forma todo amante do futebol já viu por aí. Sua trajetória meteórica é mostrado pelos vídeos de jogos e como era sua vida fora dos campos. Acompanhamos também toda a trajetória que fez ele ser convocado para a Copa de 1958 e ser campeão com apenas 17 anos. Por sequência acompanhamos o sucesso na Copa de 1962 e o fracasso da seleção em 1966. Nesse período ele resolveu se aposentar dos jogos pelo Brasil, mas ainda tinha a Copa de 70. Somente esse momento já daria para fazer um filme inteiro sobre o assunto.

O ano é 1970, o Brasil enfrenta um período bem nebuloso devido a ditadura imposta desde 1964. Devido ao AI-5, muitas pessoas são presas e outras tantas sumiram. O país se encontra desesperançoso e vê apenas o futebol como uma chance de alegria. É nesse momento que entra Pelé, já aposentado da seleção. O governo brasileiro na época meio que mexeu os pauzinhos para que ele voltasse a jogar bola e colocou uma pressão gigante sobre os ombros do nosso rei.

Durante o documentário é contado que o técnico da seleção na época não gostava do Pelé e por isso ele foi expulso do cargo graças a uma conversa com representantes do governo. A pressão sobre ele era gigante e posso dizer que o que vem a seguir é história. Ele consegue o tricampeonato e o Brasil, por um momento, se esquece de todos os seus problemas e vai para rua festejar e não lutar. Uma vitória para o governo e uma certeza que por um tempo as coisas se acalmariam.

Acho esse detalhe muito importante porque de certa forma isso virou meio que tradição em nosso país. Não importam os problemas, em toda a Copa do Mundo o povo pinta as ruas, as pessoas se fantasiam, elas vão para a rua torcer e esquecer dos problemas por pelo menos um minuto. Essa é a importância do Pelé para o Brasil, para o mundo e para o futebol. Um gênio que, infelizmente, nunca vi jogar, mas que ficou eternizado até mesmo nas gerações seguintes.