Paris Pode Esperar

Paris Pode Esperar (Bonjour Anne)

Direção: Eleanor Coppola

Eua, 2016. 92 min.

Com: Diane Lane, Arnaud Viard, Alec Baldwin


A veterana Eleanor Coppola (mulher do diretor Francis Ford e mãe de Sofia) prova que talento nada tem a ver com idade. Aos 81 anos, esta senhora dirige seu primeiro longa de ficção (seus outros trabalhos foram três curtas e o famoso documentário que acompanha os percalços da produção de Apocalipse Now – O Apocalipse de um Cineasta de 1991) debruçando um olhar engajado (e delicado) sobre a arte da sedução entre homens e mulheres.

Anne (Diane Lane em estado de graça) é casada com o ocupado produtor de cinema Michael (Alec Baldwin). Após uma viagem a Cannes, Anne fica impossibilitada de continuar a viagem de avião por conta de uma dor no ouvido e aceita uma carona de carro até Paris na companhia de Jacques (Arnaud Viard), sócio de Michael.

Durante este breve passeio, Anne degustará sabores e sensações que a fará refletir sobre suas escolhas. Jacques atua como um guia turístico desta degustação sedutora em um filme que não se sente na obrigação de contar uma história. Aqui a importância está nos detalhes (enfatizado pelas fotografias que Anne insiste em tirar durante a viagem) e nas peculiaridades que a vida tem de melhor. A narrativa se instala ora vibrante, ora pausada convidando o espectador a repensar junto com Anne sobre o surgimento de novas possibilidades no crepúsculo da vida.

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Apesar de reforçar alguns estereótipos (todo francês seria um sedutor em potencial), “Paris Pode Esperar” (Bonjour, Anne no original) é um ritual cerimonioso charmoso sobre o fascínio dos prazeres renegados.