Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Esse filme tinha a difícil missão de respeitar e continuar o legado que o Chadwick Boseman deixou. Sua morte prematura devido a um câncer em 2020 foi um duro golpe em todos. Produção, família, amigos, fãs, marvetes, todos sentiram e de certa forma ficaram órfãos. Desde que a continuação de Pantera Negra foi confirmada, nos perguntamos como seria e quem herdaria o pesado manto do herói. ‘Pantera Negra: Wakanda Para Sempre‘ enfim está chegando aos cinemas e essas questões finalmente serão respondidas.
Sinopse: “Em Wakanda, a Rainha Ramonda, Shuri, M’Baku, Okoye e as Dora Milaje lutam para proteger a sua nação de potências mundiais, na sequência da morte do rei T’Challa. Enquanto os Wakandianos se esforçam para abraçar o próximo capítulo, os heróis unem-se com a ajuda de War Dog Nakia e Everett Ross para descobrirem um novo caminho para o reino de Wakandae lutar contra um novo inimigo que surge vindo a partir do mar.”
A morte do ator é colocado na trama dessa continuação e faz sentido. Seus momentos iniciais são de homenagem a ele e ao personagem em um lindo velório com sentimentos e alegria. Logo após essa introdução, o logo da Marvel Studios aparece em tela. Onde se via todos os heróis da Casa das Ideias, agora eles dão espaço apenas para Chadwick Boseman e o Pantera Negra em um silêncio de luto. Se seus olhos não ficarem minimamente marejados aqui, você está morto por dentro.
Após esse início é que começamos de fato a nova história. Vemos que não temos um protagonista certo. Todos os personagens coadjuvantes são elevados a um patamar mais acima e todos tem uma importância maior em cena. Destaques principais para a Rainha Ramonda (Angela Basset), que está maravilhosa, e para a Shuri (Letitia Wrigth) que, apesar de todas as suas polêmicas nos bastidores, é a alma desse longa. O legado do herói está completamente ligado a elas e o futuro de Wakanda está precisamente na mão dessas duas personagens.
O filme é bem longo, sendo um dos maiores da Marvel até aqui. Ele possui um total de 161 minutos (2 h e 41 min) e para mim foi perfeito. Conhecendo o meu eleitorado é capaz de o público em geral sentir uma fadiga. Ele possui alguns momentos de barriga sim, mas veja bem, é uma nova história que precisa lapidar um novo herói usando toda a dor deixada pela partida do herói anterior. Para mim, toda cena contou e desenvolveu muito bem para culminar no ápice da história. Não tiraria nada dele e incluo o fato de que as cenas de ação e o humor estão bem comedidos e fazem jus a toda a trajetória do longa. Ele é bem mais sério, mas ainda tem umas piadinhas pontuais ótimas.
Devo dizer que o momento em que o novo Pantera Negra aparece não é tão catártico quanto eu estava esperando. Era um momento único e era para fazer o público vibrar e aplaudir, mas não foi o que rolou comigo e nem na minha sessão. Tudo bem, foi apenas um detalhe que eu esperava um pouco mais.
Tenho que falar de Namor, o novo vilão/anti-herói/herói, que enfim deu as caras no MCU. Sua origem foi mudada bastante, mas eu gostei muito. Essa nova versão do Príncipe Submarino está espetacular em todos os aspectos. A nova Atlântida, no caso Talokan, é linda demais e ver todo esse reino é de um esplendor e tanto. Agora eles meio que são descendentes dos índios maias e seu figurinos são belíssimos. O personagem em si também é excelente. O ator Tenoch Huerta (Uma Noite de Crime: A Fronteira) conseguiu mostrar todo o ódio que ele carrega, assim como toda a benevolência e dubiedade que o personagem traz.
No final, ainda temos mais uma homenagem ao nosso eterno Chadwick Boseman e sua cena pós-crédito (apenas uma) nos revela o que nos reserva para o futuro do herói. Simples, lindo e emocionante. Pantera Negra retornará, diferente, em uma nova versão, mas ele está aí para nós novamente. Para fechar, devo dizer que achei um belo filme. Ryan Coogler faz uma diferença na direção e mostra porque é um dos melhores diretores trabalhando para a Marvel no momento.