Os Novos Mutantes

Não me lembro no cenário atual um filme que tenha sofrido tanto para ser lançado como Os Novos Mutantes. Inicialmente, estrearia em abril de 2018, foi adiado para sair em fevereiro de 2019, posteriormente foi mandado para agosto de 2019 e finalmente o lançamento acabaria sendo em abril de 2020. Veio a COVID-19 e mais uma vez foi adiado, tendo finalmente sido lançado no 2º semestre de 2020 com um caos nos cinemas enfrentando como o seu maior rival a falta de público e as más avaliações dos críticos. Será ele tão ruim assim?

Sinopse: “Cinco jovens mutantes (Maisie Williams, Blu Hunt, Anya Taylor-Joy, Charlie Heaton e Henry Zaga) descobrem o alcance de seus poderes e lidam com traumas do passado. No entanto, eles são mantidos presos contra a vontade em uma instituição controlada pela Dr. Cecilia Reyes (Alice Braga). Enquanto a médica promete controlar as habilidades do grupo, nada é o que parece.”

Muito dessa receptividade das pessoas acabou batendo em mim e criando o efeito que eu chamo de “expectativa zero”. Quando me sinto dessa forma, já vou esperando a pior coisa do mundo, então o que vem dele é lucro. Tendo isso em mente, conseguiu me divertir e não achei essa porcaria toda que pintaram. Lógico que os defeitos são bem perceptíveis, principalmente com a barriga gigante que ele tem até desembocar nas cenas que todo mundo quer ver. Não saber direito qual é o seu gênero também complicou. Não sabemos se é um filme de super-heróis ou de terror e falha gravemente ao não ficar claro sobre o que ele é. Deveria ter abraçado um ou outro (até mesmo os dois) e ido de cabeça.

Diria que se fosse dar uma nota de 1 a 5, eu daria um excelente 2. Um filme nota 2 também pode ser divertido, se for ver nessa perspectiva que ele será completamente horrível. Posso estar sendo bonzinho demais, mas juro que essa é minha leitura. Tenho um carinho demais pelos personagens que comecei a ler ainda muleque, como um spinoff dos X-Men. Em muito momentos eu preferia até as histórias deles a dos mutantes mais famosos.

A equipe escolhida para o longa é quase a original dos quadrinhos, mudando apenas um personagem. Entre eles temos os originais Sam Guthrie (Missíl) vivido por Charlie Heaton (Stranger Things), Rahne Sinclair (Lupina) vivida por Maisie Williams (Game of Thrones), Danielle Moonstar (Miragem) vivida por Blu Hant (Outra Vida) e Roberto da Costa (Mancha Solar) o nosso orgulho brasileiro vivido pelo também brasileiro Henry Zaga (Quem é Você, Alasca?). A única mudança é a ausência da Karma que deu lugar a Illyana Rasputin (Magia) vivida por Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha). A troca é justa e boa pois ela é muito mais badass e vale a menção de que ela é a irmã mais novo do x-man Colossus. Há menções ao “grupo pai” no filme, mas só fica nisso. Os fãs dos quadrinhos ficarão felizes de saber quem é o verdeiro vilão aqui, mesmo que ele não apareça.

Regravações, pouco orçamento e uma turbulenta troca de estúdios pode ter acarretado nesse fracasso. Nem vou citar a renda das bilheterias porque foi lançado na pior época possível. Tudo isso influenciou para não ser nem um pouco apreciado pelas pessoas. Recomendo mesmo só para o fanzaço dos heróis e olhe lá. A maioria das pessoas já tem uma predisposição a odiar, se vê-lo vai ter motivo de sobra. Continuo achando que ele não é tão ruim assim, mas devo ser o único no universo.