O Telefone Preto
No gênero terror existem filmes com a temática de rapto de crianças e filmes com temática sobrenatural. “O Telefone Preto” do diretor Scott Derrickson (A Entidade, Doutor Estranho, O Exorcismo de Emily Rose), é uma amalgama dos dois. Inicialmente com uma narrativa que nos faz lembrar “Conta Comigo” e “It – A Coisa”, mas que gradativamente escalona para “Fragmentado”, temos uma trama densa com vários mistérios, sustos e clima de tensão. Além de brilhante atuação do seis vezes indicado ao Oscar, Ethan Hawke.
Na trama, Finney (Mason Thames) é um menino tímido que sofre bullying no colégio e abusos do pai alcoólatra em casa. Sua irmã mais nova Gwen (Madeleine McGraw) é mais ousada que o irmão e sabe se defender melhor, além disso ela herdou da falecida mãe o dom de ter sonhos premonitórios que o pai reprime com surras. Quando crianças da cidade começam a desaparecer, não demora muito para que os irmãos sejam envolvidos na história. Finney é preso em um porão à prova de som e um telefone preto que não funciona parece ser sua única esperança
O início do longa foca na personalidade dos personagens, mostrando seus pontos fortes e fraquezas. Já de cara vemos que Finney por mais que queira se proteger e proteger a irmã, parece não ter capacidade para isso. Sua passividade em alguns momentos pode ser uma fraqueza, mas em outros, pode ajudá-lo a sobreviver. A motivação do vilão para os sequestros das crianças? Fica para a imaginação, o que pode incomodar quem espera o filme todo por uma explicação.
Além de todo o clima de mistério, sustos e reviravoltas que nos são proporcionadas, temos ainda como pano de fundo os temas de abusos físicos e psicológicos. Tudo isso contando ainda com ótimas atuações e muito bem pontuado por planos de câmera e trilha sonora.