O Irlandês

Acredito que serei odiado pela maioria das pessoas que vão ler esse texto. Não há dúvidas da competência e genialidade de Martin Scorsese, diretor ao qual amo muitas obras. Responsável por filmes memoráveis como Taxi Driver, Os Bons Companheiros, O Lobo de Wall Street, entre outros clássicos mais. Por ser um grande fã, acaba que vir aqui e escrever essa crítica me faz mal, mas tenho que escrever o que senti. Dessa forma, declaro desde já que este foi o filme mais difícil que assisti do Scorsese, e por isso achei uma das piores coisas que ele já fez.

Sinopse: “Conhecido como “O Irlandês”, Frank Sheeran (Robert De Niro) é um veterano de guerra cheio de condecorações que concilia a vida de caminhoneiro com a de assassino de aluguel número um da máfia. Promovido a líder sindical, ele torna-se o principal suspeito quando o mais famoso ex-presidente da associação desaparece misteriosamente.”

Fiquei me remoendo muito, o que me fez ficar pensando se vi o filme de forma errada. Da primeira vez simplesmente dormi. Resolvi tentar de novo do começo e dessa vez dividi ele em 2 partes. Só assim consegui terminar. Me perguntei também se esses infinitos 219 minutos de projeção eram realmente necessários, pois achei ele todo chato, maçante. Entendo que foi preciso esse tempo para conseguir desenvolver a história e torná-lo um épico, mas achei tudo muito lento e confuso. As coisas aconteciam e me perguntava o tempo todo como chegou ali. Muitos personagens, muitos nomes, numa edição que me pareceu bem confusa. Infelizmente, o longa não me conquistou e fico triste com isso.

Como nem tudo são trevas venho feliz destacar algumas atuações. Robert De Niro (Taxi Driver) como protagonista está bem, mesmo assim, senti uns vacilos, uns trejeitos que evidenciam a mesma forma de atuar sempre. Al Pacino (O Poderoso Chefão) está excelente, mas se formos analisar friamente, está sendo Al Pacino de novo como em todos os seus filmes. Agora Joe Pesci (Os Bons Companheiros) impressiona muito aqui, estando longe de suas interpretações exageradas (e que são excelentes também), mostrando porque é o melhor. Ele é calmo, conciso e consegue passar aquele ar de superioridade e respeito perfeitos para o papel. Uma salva de palmas pra ele, pois merece muito.

Indo um pouco para os aspectos técnicos, tenho que falar dos efeitos especiais. Você deve estar se perguntando que efeitos especiais. Se você não percebeu é porque eles são realmente excelentes. Note que quando mostra o passado esses efeitos conseguem deixar o Robert De Niro muito jovem sem perder a credibilidade. Isso foi um dos fatores que fez com que nenhuma distribuidora quisesse aceitar fazer o filme, pois ia sair muito caro. Netflix aceitou e resolveu despejar os milhões necessários para a produção. Daí, veio toda a polêmica por trás dele dizer que filmes de super-heróis não são filmes, mas isso aí fica para uma outra discussão.

Aparentemente, devo ter sido um dos pouco que não gostou do filme, pois ele está marcando presença em várias premiações, inclusive no Oscar com nada menos que 10 indicações, sendo elas: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante para Al Pacino e Joe Pesci, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Direção (para Martin Scorsese), Melhor Montagem, Melhor Design de Produção, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Roteiro Adaptado.