Leitura obrigatória: “O Espelho de Cassandra”

 

Há quem diga que não se deve julgar um livro pela capa. Contudo, neste caso, não há muito mais o que se fazer na hora de decidir comprá-lo, pois não há na contra capa sinopse do livro. Porém, posso dizer com total certeza que a decisão certa é levar está obra do francês Bernard Werber para casa. Agora, vamos corrigir a falta de sinopse: Cassandra Katzemberg é uma jovem de 17 anos extremamente peculiar. Ela vive em um colégio interno chamado “Escola das Andorinhas”, não possui nenhuma lembrança antes da morte de seus pais em um atentado terrorista no Egito quando tinha 13 anos. Cassandra, tal qual sua famosa homônima, possui um dom que ao mesmo tempo é uma maldição. Ela tem sonhos premonitórios, porém ninguém acredita nela. A moça decide fugir do colégio (lugar onde nunca criou vínculos ou simpatia) e virar  mendiga, assim acaba conhecendo uma “comunidade” chamada “Redenção”, que fica nada mais nada menos que no lixão da cidade de Paris. Os habitantes do local, apesar de relutantes, acabam aceitando a nova moradora e é lá que Cassandra e seu exercito de mendigos com apelidos monárquicos tentarão mudar o mundo.

Ao terminar os primeiros capítulos, eu já sabia que queria muito fazer alguém ler este livro, depois de mim, porém, ao chegar ao fim, eu queria fazer TODO MUNDO ler este livro. Esta é uma história extremamente filosófica, que nos faz pensar em nossas próprias vidas, como não damos valor a pequenas coisas que para quem não às tem são muito grandes. Como a nossa sociedade julga quem é diferente. O quanto a ciência ao tentar criar avanços acaba muitas vezes amaldiçoando pessoas e muitos outros temas. Esta é uma mistura de ficção, filosofia e cultura.

Cassandra quer muito descobrir quem é e buscar seu lugar no mundo (tal qual todos nós), porém com muito mais dificuldades do que a maioria das pessoas poderia se quer pensar em enfrentar. A menina de premonições quer descobrir por que tem este dom, quem eram seus pais, por que não tem lembranças antes dos 13 anos e ainda encontrar um irmão que descobre ter, mas nem imaginava que existia. Tudo isso com a companhia dos mendigos habitantes de “Redenção”: Esmeralda, que atende pela alcunha de Duquesa; Orlando (Barão); Kim (Marquês);  Fetnat (Visconde); a raposa Yin Yang e um relógio de pulso que marca a porcentagem da probabilidade de morrer em 5 minutos.

Ou este enredo lhe deixa curioso, ou lhe parece uma viagem. Na verdade ele é uma viagem, a viagem de Cassandra Katzemberg para descobrir quem é e que acaba nos levando à acompanhá-la e viajarmos dentro de nós para questionar quem verdadeiramente somos.

Uma curiosidade sobre o autor, é que ele  baseou parte do livro em uma época em que ele mesmo foi morador de rua. Werber é conhecido nos Estados Unidos por ter escrito a trilogia “O Império das Formigas”.

Com certeza “O Espelho de Cassandra” é profundo e tem enredo demais para poder ser adequadamente transformado em filme, mas ficaria feliz em vê-lo transformado em série. Enquanto isso não acontece (se é que um dia irá acontecer), desligue a TV e vá ler este livro.

Por Luciana Costa

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