No Olho do Furacão
No Olho do Furacão (The Hurricane Heist)
Eua, 2018. 103 min.
Direção: Rob Cohen
Com: Toby Kebbell, Maggie Grace, Ryan Kwanten, Ben Cross, Ralph Inesson
Cansado dos blockbusters de super heróis e das franquias com mensagens edificantes? Pois o diretor Rob Cohen tem a resposta. “No Olho do Furacão” (The Hurricane Heist no original) é um poderoso antídoto travestido de filme-catástrofe e que por razões inexplicáveis, foi lançado em circuito comercial, apesar de ser produzido por uma plataforma de streaming – a Sky Cinema.
Utilizando um elenco de desconhecidos canastrões e uma trama que mescla “Tornado” (o original de 1996) com “Duro de Matar”, o filme possui o mesmo ranço dos filmes de ação dos anos 90, quando o gênero apresentava sérios desgastes. A história gira em torno de dois irmãos, Will (Toby Kebbell) e Breeze (Ryan Kwaten) que carregam o trauma de ver o pai sendo morto por um furacão nível 5. Já crescidos, os irmãos se vêem envolvidos num mega roubo de 600 milhões de dólares, enquanto uma forte tempestade atinge a região.
Embora o furacão seja a maior motivação para ir ao cinema, ele não é o grande atrativo. O que se vê é a ostentação de indivíduos com pouco convívio social acostumados a tratarem tudo na base da porrada auxiliados por um castigo de proporções bíblicas que apenas pune os invasores indesejáveis. Posso estar exagerando, mas vejo uma subliminar mensagem sobre as intenções do atual governo Trump que busca recuperar a indústria americana (basicamente a bélica) e dificultar a imigração ilegal contando com o apoio de republicanos cristãos e da classe média caipira norte americana.
Infelizmente pouca coisa funciona e se, pelo menos o argumento assumisse sua metade trash, teríamos algo parecido como a divertida franquia dos Sharknado (disponível apenas nas plataformas de streaming). Rob Cohen parou no tempo, pois seu furacão é tão truculento que soaria cafona mesmo realizado nos anos 90. Além de não abraçar nenhum gênero especifico, “No Olho do Furacão” conta com diálogos toscos, trama estúpida, performances caricatas e efeitos básicos. Sem nada decente para assimilar, fica difícil encarar este fast food cinematográfico como uma produção séria e convincente.