My Fair Lady (1964)
Audrey Hepburn é minha atriz favorita! Eu sei, você já ouviu um milhão de pessoas dizerem isso, ou já disse você mesmo. Essa frase é proferida, por alguns, muitas vezes incentivados por “modinhas” e assim, muita gente que só viu um filme da atriz, se diz fã numero um. Outros, como é o meu caso, realmente a adoram por seu talento inegável. Sim, eu sou cheia de decoração, blusas, bolsas e apetrechos, “pagando paixão” para a eterna bonequinha de luxo. Então vocês podem imaginar a minha tristeza ao pela primeira vez não gostar de um filme envolvendo a atriz.
My Fair Lady ou Minha Querida Dama, titulo em português, é adaptação de um musical homônimo da brodaway (que já recebeu duas adaptações teatrais aqui em terras tupiniquins), uma história inspirada no “Mito de Pigmaleão” (aquele cara que cria uma estátua e se apaixona por ela). Não posso opinar sobre o musical, mas o filme é uma tristeza. Mais de duas horas ,que mais parecem cinco, uma atuação apenas mediana de Hepburn (dorzinha no coração ao dizer isso), e um protagonista totalmente misógino. Alias, me perdoem o spoiler, mas é algo quase obvio, o final é uma vergonha para as mulheres.
A melhor atuação do filme é do “vilão”, o pai de Eliza interpretado por Stanley Holloway. Ele é um bêbado, fanfarrão e aproveitador, mas, ao invés de nos deixar com raiva nos faz rir, e seus números musicais são os melhores. Por falar neste papel, ele foi inicialmente oferecido a James Cagney (Anjos de Cara Suja).
O enredo gira em torno de uma pobre vendedora de flores, Eliza Dollittle, uma moça sem educação, suja e escandalosa, mas de coração bom, que procura o grosseiro porém genial Professor Higgins, para que lhe ensine inglês correto e a ser uma dama, para que ela possa subir de vida, podendo talvez trabalhar em uma loja. O professor (interpretado por Rex Harrison, que ganhou Oscar por esse filme), aceita pelo desafio. Assim, a moça deve morar em sua casa por 6 meses afim de aprender todos os refinamentos a ponto de conseguir enganar a pomposa aristocracia. Mas, como diz Eliza em determinado ponto do filme: A diferença entre uma vendedora de flores e uma dama não está em sua educação, mas sim, na maneira em que é tratada.
Aliás, não consigo entender um dito musical onde o ator principal apenas ‘declama’ suas musicas, e a atriz principal é dublada. Sim, eu sei que naquela época muitos números musicais eram dublados, como é o caso de Marylin Monroe em “Os homens preferem as loras”, porém, esses eram números isolados, no caso deste longa, é musica atrás de música, logo, para mim, a escolha de elenco foi falha. Inicialmente, o papel de Eliza Doolittle tinha sido oferecido a “noviça rebelde” que não pode participar já que estava gravando Mary Poppins (venceu o Oscar de melhor atriz por ele).
Por fim, com muito pesar, só posso dizer que o filme, para mim, só vale ser visto pela beleza de Audrey porque o resto deixa muito a desejar.