Mulher Maravilha

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Enfim, nossa heroína de 75 anos fez sua estreia em um filme solo, no cinema. Depois da DC ter engavetado um longa com Joss Whedon (Vingadores) e uma série de TV, chegou o seu momento de brilhar e mostrar o motivo pelo qual a Mulher Maravilha é tão amada nestas quase oito décadas de existência. E nada melhor do que uma diretora para trazer sua visão feminina da amazona, mostrando, também, porque estávamos precisando de uma obra desse tipo e qualidade.

Sinopse: “Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince (Gal Gadot) nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor (Chris Pine) se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar, certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra”.

Quando Gal Gadot foi escolhida para o papel, eu dei aquela virada no nariz pensando algo como “ela é muito magra” ou “ela não aguenta um soco”. Nesse momento, não consigo ver outra pessoa como Mulher Maravilha no papel. Já tinha gostado dela em “Batman vs Superman”, mas, agora, com um filme só dela,  podemos ver realmente o motivo da escolha. Não existe alguém tão charmosa, ingênua e carismática quanto a atriz. Obrigado por queimar minha língua.

A diretora Patty Jenkins, que trabalhou em séries como “The Killing” e “Entourage”, foi escolhida para esta difícil missão de agradar público e crítica, e como disse ali em cima, não poderiam ter escolhido melhor. Em um momento onde mulheres falam de empoderamento feminino e que o feminismo, muitas vezes, é visto como algo banal, este filme vem como o maior porta-voz desta geração. Uma obra com uma mulher forte, independente e que não precisa de nenhum homem para fazer o que tem que ser feito. Garanto que as crianças não vão nem se lembrar de Batman ou Superman, mas, sim, da Mulher Maravilha.

A direção dela é impecável, apesar de notar alguns efeitos especiais bem na cara, mas que incomodam pouco. As cenas de ação são espetaculares, as acrobacias das amazonas e a tomada da trincheira são de arrepiar qualquer um. Já o humor vem naturalmente, sem ser forçado e sempre fazendo parte da história, vide o casal Gal Gadot (Velozes e Furiosos 7) e Chris Pine (Star Trek: Sem Fronteiras), que fazem isto muito bem. Vale ressaltar, aqui, o trabalho de Zack Snyder que, apesar de não ter dirigido, teve voz ativa em várias decisões e fez parte do time de roteiristas. Ele foi muito criticado por “Batman vs Superman” e acabou de sair da direção de Liga da Justiça por problemas pessoais. Por isto, venho aqui dizer que este filme teve o dedo dele também e é sempre válido destacar os acertos.

O meu real motivo de ter amado esse filme foi a volta do heroísmo na sua forma mais pura e verdadeira. Em uma fase onde as pessoas gostam de anti-heróis (acho que por reflexo da nossa realidade), os heróis reais são sempre vistos como idiotas e frouxos. Aqui, temos os atos heroicos de forma plena, vemos o altruísmo junto com a ingenuidade de uma pessoa que não conhece o nosso mundo e tenta entender o motivo pelo qual fazemos pessoas inocentes sofrerem e porque nós nos matamos. O fato do filme se passar durante o final da Primeira Guerra Mundial é um acerto gigante, razão pela qual vemos todos esses dilemas em ação.

Não esperem ligações com outros filmes da DC, rola uma única menção a um personagem, mas nada demais e não precisam ficar até o final dos créditos porque não tem cena pós crédito. Eu não consegui pegar nenhum easter egg, se alguém ver, me fale depois, por favor.

OBRIGADO DC, VOCÊS ACERTARAM DESSA VEZ!!