Meu Amigo Enzo
Determinados filmes requerem uma preparação psicológica para serem vistos. Algumas pessoas precisam fazer isso com filmes de terror, outros com filmes sobre serial killers, mas eu preciso estar preparados para ver filmes em que o cachorro é o protagonista. Pode estar tudo bem, até que acontece algo e já começo a me emocionar e querer chorar. Esse certamente deveria ser um subgênero do drama, chamado “filmes de cachorro”. O cartaz do filme já traz a seguinte informação: “Do mesmo estúdio de Marley e Eu”. Daí você já sabe o que vai vir e o que esperar. Já digo que fiquei bem emocionado.
Sinopse: “Denny Swift (Milo Ventimiglia) é um piloto de corridas arrojado, com um talento especial para dirigir sob chuva. Um dia, ao ir para o trabalho, encontra um filhote de cachorro que decide adotar. Ele ganha o nome de Enzo, em homenagem ao criador da Ferrari, e passa a acompanhá-lo em todo lugar que vá, ganhando um apreço especial pela adrenalina das corridas, seja ao assisti-las ao vivo ou pela televisão. Com o passar dos anos, a amizade entre Denny e Enzo sofre profundas mudanças quando o piloto conhece, e se apaixona, por Eve (Amanda Seyfried).”
“Não existe amizade mais honesta do que a de um homem e seu cachorro”, essa pequena frase resume um pouco o filme. Temos aqui um relato inteiro da vida de um cachorro, desde o seu nascimento e adoção até o seu fatídico destino final a qual todos estamos fadados. Por que eu usei a palavra “relato”? Porque, o cachorro é o locutor da história. Com voz de Kevin Costner (Dança com Lobos), nos é contada toda a história, com momentos felizes e também com momentos tristes que nos fazem duvidar de nossos propósitos de estar aqui nessa vida.
Embora eu prefira o nome nacional do longa, o nome original “The Art of Racing in the Rain” (A Arte de Correr na Chuva) acaba se transformando em uma grande metáfora. O personagem de Milo Ventimiglia (Autópsia de um Crime) é um excelente corredor sob chuva. Ele explica que ele é bom na chuva porque ele antecipa o problema e já derrapa com o controle do que vai acontecer, deixando-o assim como dono da situação (obviamente eu parafraseei). Essa explicação poderia ter sido usada por ele em seus momentos mais dramáticos ao lado de sua esposa, vivida por Amanda Seyfried (Querido John). Felizmente, se não fosse seu cachorro, escolhas erradas teriam sido feitas.
É um ótimo filme família. Recomendo a todos que já tiveram um cachorro, que tenha ou que queira ter um, mas prepare o lenço, acredite, vai precisar. Do modo que eu falo pode parecer super triste, mas não é isso. É somente bastante emocionante e não há coração gelado que aguente isso. Pode ter uma pequena forçação de barra nos últimos segundos mas, mesmo assim, é lindo.