Mentes Extraordinárias

‘Mentes Extraordinárias’ é um novo filme francês que está chegando agora aos cinemas. Considero o cinema da França muito bom. Ele sempre nos dá obras que nos fazem pensar e se emocionar. O maior exemplo disso acho que seria o ‘Intocáveis’ (2011) que foi capaz de emocionar o mundo todo e fez um grande sucesso. Tanto que até tiveram várias versões por aí. O alvo dessa resenha lembra um pouco esse filme, na forma de sua construção e na forma como os dois protagonistas se envolvem. Embora ele seja um nível um pouco abaixo, consegue nos divertir na medida.

Sinopse: Em Mentes Extraordinárias, dois homens que a princípio possuem trajetórias de vida e características muito distintas, embarcam em um carro funerário com destino ao sul da França. Durante a jornada, os dois se conhecem melhor e acabam descobrindo que por mais improvável que seja, eles possuem pontos importantes em comum.

Ele é um filme bem simples, não tem uma grande característica que me faça ovacioná-lo, mas conseguiu me agradar e me fez terminá-lo com o coração acalentado. Duas pessoas completamente diferentes com vidas bem distintas se encontram pelo acaso do destino e começam juntos, e por acaso, uma grande jornada em que cada um mostrará para o outro que a vida é muito mais do que pensamos. A troca de experiências junto com a bondade de um e a inocência do outro acaba transformando esse belo longa em algo formidável.

Enquanto um é agente funerário o outro possui uma deficiência física e mental que tenta viver sua vida da forma mais normal possível. Em um longa comum, um dos personagens seria completamente nojento e arrogante por não saber tratar bem uma pessoa com deficiência e com o decorrer da película ele iria mudando a ponto de entender como deve ser feito. Aqui não. O personagem do Loius, vivido por Bernard Campan, que também é o diretor do filme, é um cara muito legal desde o início. Ele trata o personagem do Igor, vivido por Alexandre Jollien sempre com muito respeito e educação. Ele o vê realmente como um igual e isso para mim fez toda a diferença. O sentimento de amizade vem genuíno e não por pena. Embora ainda assim tenha alguns momentos que remetam a isso.

O título original em francês desse filme é ‘Presque’, que em uma tradução livre quer dizer “quase”. De início, não entendi direito o porque desse nome. No decorrer dele entendemos. Em um determinado momento em que Igor está em uma festa completamente enturmado, uma mulher vira para ele e diz que ele parece normal e que mal dá para notar a deficiência e ele responde com um “quase”. Isso me bateu forte, pois tenho certeza que eu mesmo já fiz uso desse pensamento por aí e isso me soa completamente errado no momento.

Acho que ele é um bom filme que pode mesmo mudar a forma como agimos por aí. As suas lições de vida são muito bem-vindas e acho que poderíamos adotar algumas delas em nossas vidas. Além disso, ele diverte em diversos momentos e nos faz refletir em outros. É uma produção pequena, mas é muito rica em passar conhecimentos para o público. Não é maravilhoso, mas acho que posso deixar minha boa recomendação para com ele.

‘Mentes Extraordinárias’ se encontra nos cinemas a partir do dia 19 de maio.