Mais Que Amigos
Nesse ano eu devo ter batido recordes de comédias românticas. Foram tantas que perdi a conta de quantas acabei vendo. A maioria esmagadora delas seguiam o mesmo roteiro. Meio que uma cartilha de como um filme do gênero deve ser feito. O famoso cliché estampava a narrativa de todas elas. Algumas possuíam um algo a mais, mas o resultado final era o mesmo. ‘Mais Que Amigos’ não chega para inovar e nem revolucionar, mas ela nos dá algo diferente, pois dessa vez vemos todas essas situações já conhecidas pela perspectiva de um casal gay, e não hetero.
Sinopse: “Em Mais Que Amigos, seguimos uma amizade improvável entre dois homens que lentamente se apaixonam pelo outro. Em um clube gay em uma noite qualquer, Bobby Leiber (Billy Eichner) esbarra em Aaron (Luke Macfarlane) – que está sem uma camisa. Os dois começam a conversar e acabam construindo um relacionamento sobre sua superioridade sarcástica sobre a insipidez dos gays do clube que os cercam. Aaron é um advogado corporativo, mas fora de contato com a cultura queer e política – fazendo com que Bobby duvide seriamente se Aaron é realmente gay.”
Em seu início, já nos é dada uma ideia de que esse não será uma rom-com comum. O ator Billy Eichner (O Rei Leão), que não por acaso também é o roteirista desse longa que vos falo, coloca um pouco de metalinguagem para ilustrar suas ideias. Ele é contratado para escrever um roteiro de um filme sobre um casal gay para mostrar que são iguais como todos os outros. Ele revoltado diz que não pode fazer isso, pois um relacionamento gay não é igual ao hetero. A partir deste ponto começa uma história louca, engraçada e sim, bem romântica. Por mais que ele mesmo diga que não é igual, no final acaba sendo bem semelhante.
Algumas situações realmente não são tão casuais, como entrar em sexo grupal como se fosse algo normal e corriqueiro, por exemplo. Essas cenas de sexo são excelentes, e nos rendem as melhores piadas de todo o longa. Por falar nisso, a comédia segue bem presente do início ao fim. Tanto pelas situações pontuais quanto pela lábia de nosso protagonista que é tão mal humorado que solta lindas pérolas catárticas de sua boca.
Apesar dessas diferenças, o ritmo dele acaba indo como as já conhecidas histórias do gênero. Vou numerá-las: 1 – uma pessoa que nunca se apaixonou e é completamente desiludida pela ideia do amor se apaixona por alguém completamente diferente dele; 2 – Os dois começam a se odiar um pouco; 3 – O ódio se transforma em algo a mais; 4 – Eles enfim se entendem e descobrem que juntos são melhores; 5 – Um deles (ou os dois) vacila e acaba com o relacionamento que estava perfeito; 6 – Eles seguem sua vida até descobrirem que se amam de verdade; 6 – No final, temos aquela catarse de amor em público que nos faz se emocionar e querer se esconder por vergonha. Já vimos isso, mas aqui é tudo bem legal. Acredite.
Já vimos esse filme antes, mas aqui o vemos por uma ótica um pouco diferente. O humor se faz presente e leva qualquer monotonia do tema a outro nível. Muitas referências ao universo queer também se faz presente e certamente vai agradar em 100% a quem entender todas elas. Em resumo, é uma ótima comédia romântica para se ver sozinho ou acompanhado e não importa a sua orientação sexual. A diversão está seguramente garantida.