Instinto Materno

Baseado no livro homônimo de Barbara Abel, “Instinto Materno” bebe das fontes dos filmes de thriller típicos do início dos anos 90 como “A Mão Que Balança o Berço” e “Mulher Solteira Procura”, ao trazer uma trama que coloca em cheque o tempo todo a sanidade de suas personagens principais.

 

Na trama que se passa em um típico subúrbio americano na década de 60. Alice (Jessica Chastain) e Celine (Anne Hathaway) são melhores amigas e vizinhas. Quando o filho de Celine morre em um trágico acidente, a amizade entre as duas fica extremamente abalada. Culpa, paranoia e histeria tomam conta das duas famílias.

 

Inicialmente o diretor Benoît Delhomme (Amante de Lady Chatterley) nos dá um panorama geral tanto da amizade entre as duas protagonistas, quanto da relação que elas têm com os filhos. Ambas são extremamente diferentes, Celine é morena, com um estilo Jacky Kennedy, é satisfeita em apenas ser mãe, dona de casa e gostaria de poder ter mais filhos. Já Alice com um estilo que lembra Grace Kelly, quer voltar a trabalhar como jornalista, sem a menor intenção de ter mais filhos. Nesse momento, o filme propõe um diálogo sobre o lugar da mulher na sociedade e a obrigatoriedade de felicidade plena apenas em ser mãe.

 

Na segunda parte do longa, após perder seu único filho, Celine se torna extremamente próxima do filho de Alice, o que a leve a total e completa paranoia de que Celine a culpa pela morte do filho e quer vingança. O expectador é levado o tempo todo a duvidar de ambas. Uma está desequilibrada e paranoica, mas qual? O final responde à pergunta.

 

O ritmo da narrativa é um pouco lento, o que pode levar a sensação de que o filme é mais longo do que realmente é. Um dos pontos altos fica para mise en scene figurino impecáveis típicos da época.