Hebe: A Estrela do Brasil
Acredito que muitos que lerão essa resenha devem ter crescido vendo a Hebe nos seus programas no SBT. Minha mãe era super fá e toda semana sintonizava no canal para ver. Lembro de alguns dos seus bordões, como dizer “que gracinha”; o “volto já, já” e que estão retratados nesse filme. Nunca dei o valor que ela merecia devido a minha ignorância infantil, mas graças a Deus que existem cinebiografias. Simplesmente para nos lembrar e nos ensinar como uma pessoa pode ter feito uma diferença enorme mesmo que fazendo apenas o básico e o certo.
Sinopse: “Hebe Camargo (Andréa Beltrão) se consagrou como uma das apresentadoras mais emblemáticas da televisão brasileira. Sua carreira passou por diversas mudanças ao longo dos anos, mas foi durante a década de 80, no período de transição da ditadura para a democracia, que Hebe, ao 60 anos, tomou uma decisão importante. A apresentadora passou a controlar a própria carreira e, independentemente das críticas machistas, do marido ciumento e dos chefes poderosos, se revelou para o público como uma mulher extraordinária, capaz de superar qualquer crise pessoal ou profissional.”
Eu pensei que seria contada a história da Hebe desde o início da sua carreira até a sua morte, mas não foi nada disso. É contado apenas um período de sua vida. Dos anos 80, na saída da Rede Bandeirantes até começar a trabalhar no SBT. Pelo jeito, esse período foi bem emblemático, pois podemos discernir um inimigo a recém liberdade da época: A CENSURA. Muito lindo ver uma pessoa que já é bem sucedida se preocupando com as minorias em uma época em que os conservadores eram a maioria. Vê-la lutando pelo certo é simplesmente lindo, o que me fez particularmente ter um apreço muito grande por ela agora.
Toda cinebiografia tem que ser sustentada com um ótimo ator no papel principal. A escolhida para fazer a protagonista foi Andrea Beltrão (Verônica), e para mim foi uma boa escolha apesar da idade e de não conhecer Hebe muito a fundo. Ela passa uma atuação bem determinada e que sabe o que está fazendo. Acredito que quem viveu mais a época vai poder dizer melhor se ela foi perfeita ou não. Andrea consegue passar muito bem toda a alegria e simpatia como também todo o drama e sofrimento que passou com o seu marido na época, aqui vivido por Marco Ricca (O Invasor).
Para quem é fã da apresentadora é uma obrigação ver no cinema. Diversos momentos de sua carreira e artistas que passaram em sua vida são retratados na telona, como Silvio Santos, Roberta Close, Chacrinha, Dercy Gonçalves (hilária) e Roberto Carlos. Se você não a conhece ou não sabe como ela tinha tanta fama assim (meu caso) se torna um belo filme para ser visto também. É sempre interessante assistir a vida de uma pessoa como Hebe retratada em uma película como essa, ainda mais contando como ela foi uma guerreira solitária ao lutar praticamente sozinha contra a censura, em uma época que teoricamente era democrática.