Happy Hour – Verdades e Consequências

Era uma semana extremamente corrida de trabalho que começava de manhã e ai até quase a madrugada. Foi um alívio encontrar no meio da confusão um descontraído, delicioso e divertido “Happy Hour”. Com um estilo bem novela de Manuel Carlos, o filme faz sátira com a vida no Rio de Janeiro.

Sinopse: “Após um acidente, Horácio (Pablo Echarri) muda completamente suas perspectivas de vida e decide confessar para sua esposa, Vera (Letícia Sabatella), que deseja ter relações com outras pessoas, embora ainda queira continuar o casamento. Confusa e inserida em um momento profissionalmente complicado, ela não gosta da ideia mas percebe que precisa, mais do que nunca, continuar seu casamento.”

O conceito de monogamia para alguns é ultrapassado, para muitos outros é um dos principais pilares de um casamento. Dentro de uma sociedade moderna do século XXI, vale à pena mudar as estruturas de um relacionamento serio por causa de desejos carnais? A traição previamente anunciada ainda é traição?

O longa aborda bastante a ideia de “dois pesos e duas medidas”. Desde sempre se diz que homens têm necessidades, homens traem, homens não conseguem se controlar, mas as mulheres sim. De forma descontraída esta questão é amplamente discutida aqui. E mais, há uma inversão de papeis, onde a mulher (Vera) almeja um cargo público importante o que faz com que ela tenha que ter um casamento sólido para agradar ao povo, e o homem (Horácio) é um professor universitário, uma carreira anônima.

É possível ver o desejo quase incontrolável de Horácio por sua aluna como uma necessidade de se provar o alfa em seu casamento, já que muitas vezes homens se sentem diminuídos quando suas esposas ganham mais dinheiro ou são mais poderosas do que eles.

É um filme light, com predominância de momentos cômicos, mas que além de tudo discute temas importantes e nos faz pensar. Com certeza é para todos os públicos, e já valeria o ingresso nem que fosse pelas belezas do Rio mostradas e a da atriz Letícia Sabatella.