Halloween (2018)

Halloween

Eua, 2018. 106 min

Direção: David Gordon Green

Com: Jamie Lee Curtis, Judy Greer, James Jude Courtney, Nick Castle, Will Patton


 

Em 1978, quando John Carpenter apresentou seu psicopata mascarado jamais podia imaginar que Michael Myers se transformaria num exemplar mítico da cultura pop. Todo dia de Halloween é a mesma coisa. Ele tenta assassinar a todo custo a babá/irmã Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) matando todos que se metem no caminho. Precursor do subgênero slasher, “Halloween” já rendeu teses de mestrado em faculdades de cinema e antropologia e sobrevive até hoje, como um ícone do horror dividindo o trono com Jason Vorhees (Sexta Feira 13) e Freddy Krueger (A Hora do Pesadelo).

Em “Halloween”, versão 2018, não encontraremos nenhuma novidade o que é um bom sinal. O diretor David Gordon Green sabe que este é um terreno sagrado e mantém a estrutura de Carpenter, ignorando todas as continuações, partindo de onde o original parou. Na noite de halloween, um subúrbio americano é ameaçado pela presença fria e calculista de Myers que escapa do hospital psiquiátrico onde estava internado há anos, iniciando um jogo de gato e rato com Laurie – aqui uma idosa tensa e paranoica que vive numa cabana adaptada, ainda traumatizada pelos eventos ocorridos na juventude. Gordon Green faz várias referências e algumas gracinhas ocultas com ao filme original, mas puxa o freio de mão quando o assunto são tripas e facadas. Algumas mortes são em off, artifício usado em blockbusters que procuram abocanhar um certificado de maior bilheteria, mas mantém a essência com uma atmosfera saudosista e fiel invertendo o jogo onde, desta vez, Myers é a presa de Laurie.

O terror está na moda e este novo capítulo é uma franca homenagem ao grande fascínio por Michael Myers, após 40 anos de sua primeira aparição, equilibrando tensão e identificação sem apelar para os sustos fáceis e jump scares. Vida longa a Michael Myers.