Está Tudo Bem

O diretor francês François Ozon ganhou notoriedade por filmes como o polêmico “8 Mulheres” (2002), “Swimming Pool – À Beira da Piscina “(2003), “Frantz” (2016) e “Verão de 86” (2020), tem em “Está tudo bem” seu filme mais contemplativo até agora, com ritmo mais lento, abusando mais das atuações, contando em seu elenco com a consagrada Sophie Marceau de “La Boum”, “007 – O mundo não é o bastante”, “Coração Valente”, e dentre outros, com participação da veterana Charlotte Rampling. Apesar disso, carrega mais um tema controverso em sua trama, o da eutanásia. Com roteiro do próprio Ozon, o filme que teve sua estreia no Festival de Cannes é baseado no livro de Emmanuèle Bernheim, uma história real.

Sinopse: “Aos 85 anos, o pai de Emmanuèle está no hospital após sofrer um derrame. Quando ele acorda enfraquecido e dependendo da ajuda de outras pessoas, esse homem cheio de vitalidade e curiosidade que ama a vida pede à sua filha para o ajudar a morrer.”

 

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, dissertava que era necessário ao filho “matar o pai”, no caso, não literalmente, mas que era necessário se desvencilhar das expectativas e amarras paternas para se tornar um ser humano completo. O filme aborda bastante esse tema, inclusive em uma cena de sonho (algo que também era muito estudado por Freud) onde Emannuelle se vê ainda criança atirando e matando seu pai.

O mote principal é a questão do suicídio assistido que é permitido na Suíça mas que a maioria dos países considera crime, uma questão polêmica que divide opiniões nas mesmas proporções do aborto. Além disso, encontramos a  relação entre pais e filhos, como os pais deveriam tratar melhor seus filhos, uma vez que provavelmente um dia precisarão dos seus cuidados. Pelos flashbacks de memória de Emmanuelle vemos que ele não foi o melhor dos pais, que era sempre duro com ela, não é atoa que um de seus filhos, Gérard (Grégory Gadebois) é uma pessoa disfuncional de quem o pai até mesmo tem medo.