Duetto

‘Duetto’ é o novo filme brasileiro que está chegando nos nossos cinemas e ele conta com a presença de atores tanto do Brasil quanto da Itália. Ele é dirigido por Vicente Amorim (Um Homem Bom) e roteirizado por Rita Buzzar (Olga) e João Segall (O Caseiro). O elenco conta com os nomes de Luisa Arraes (Amor e Sorte), Marieta Severo (A Grande Família), Gabriel Leone (Meu Álbum de Amores), Giancarlo Gainnini (007: Cassino Royale), Michelle Morrone (365 Dias), Elisabetta de Palo (Perfeitos Desconhecidos) e uma participação especial de Rodrigo Lombardi (Verdades Secretas).

Sinopse: “Em 1965, depois da morte de seu pai em um trágico acidente de carro, Cora viaja com sua avó Lúcia para a região da Apúlia, na Itália. Lúcia está indo encontrar sua irmã Sofia para falar sobre a venda de algumas terras da família. Entre o passado familiar, os dramas e histórias da cidadezinha italiana, Cora tenta trilhar seu caminho para a maturidade e a vida adulta.”

Toda vez que um filme se passa em uma época específica, fico me perguntando se era necessário mesmo. Será que não daria para fazer nos tempos de hoje? Cheguei até a pesquisar se o cantor Marcelo Bianchini existiu de verdade, que assim daria um belo motivo, mas não achei nada sobre isso. Findada minha busca por um motivo só consegui pensar no fato de não ter redes sociais na época, o que ajudaria demais a manter em segredo a grande revelação que o roteiro nos dá.

Por mais que dê para cantarmos essa reviravolta, vê-la acontecendo de verdade dá um vigor a mais para ter acompanhado essa jornada até ao final. Após isso conseguimos entender devidamente o comportamento ressabiado de alguns personagens. Uma verdade escondida pairava o tempo todo pelo ar e nos fazia o tempo todo pensar no que aconteceu para ser mantido um rancor de 40 anos. Como falei, dava para imaginar o que aconteceu, mas quando isso é contado, tudo se torna melhor.

O longa como um todo é ok. Um dos seus problemas é ser um pouco moroso em sua maior parte. As coisas acontecem muito devagar e pode vir a levar o público ter um leve sono. Outro detalhe que posso pintar como negativo é toda a história envolvendo o cantor que Cora ama. Eu não consegui entender a sua real importância para a história em si. Não sei como ele chega, e assim como chega vai embora. É uma subtrama que mexe diretamente com nossa protagonista e que de alguma forma a faz tomar uma importante decisão no seu final.

É importante também salientar um pouco a história de Lúcia e Cora, avó e neta. Enquanto Lúcia vai para a Itália lidar com o seu passado, Cora a acompanha para lidar com o seu futuro, com o que reserva para ela mais a frente. Esse paralelo é interessante e bonito até certo ponto. O rancor que a idade pode carregar e o fulgor da juventude que estampa nitidamente as atitudes de Cora são pontos determinantes na trama. Essa dupla de atrizes mandam bem demais.

As interpretações são todas de alto nível, principalmente do elenco mais velho que dão um show a parte. Os jovens também mandam bem, mas os mais experientes ditam a atuação.