Descendentes 3
Quando eu disse para os amigos que iria ver Descendentes 3 me perguntaram porque eu perderia meu tempo vendo isso. Filme é filme, e para mim não importa o gênero, nacionalidade ou a faixa etária para quem é feito. Logicamente, o nosso gosto e bagagem podem afetar de forma drástica a percepção de uma obra e por muitos momentos devemos saber nos colocar no lugar certo e precisamos entender a época e o conceito a qual ele está nos mostrando. Entender que ele não foi feito para você, mas sim, para um público específico. Olhar com outros olhos é um exercício de empatia até mesmo na Sétima Arte. O problema é quando mesmo assim ele não te agrada.
Sinopse: “Mal (Dove Cameron) vive em paz em Auradon, onde deve se tornar a nova rainha ao lado de Ben (Mitchell Hope). No entanto, ao trazerem mais crianças da Ilha dos Perdidos, vilões indesejados conseguem atravessar a fronteira, e ameaçam a paz no reino. É preciso tomar uma decisão sobre esta travessia: seria melhor erguer um muro definitivo entre os povos? Mal ainda precisa enfrentar a ira de Audrey (Sarah Jeffery), revoltada por não ter sido escolhida por Ben. Aos poucos, a nova rainha percebe que precisará contar não apenas com a ajuda dos amigos Carlos de Vil (Cameron Boyce), Evie (Sofia Carson) e Jay (Booboo Stewart), mas também com a suporte daqueles que considerava seus adversários: Uma (China Anne McClain), Gil (Dylan Playfair) e Harry Hook (Thomas Doherty).”
Certamente esse filme não foi feito para mim. Em muitos momentos eu fiquei irritado com as atuações, com os efeitos especiais e até mesmo com o roteiro que nos provém diálogos bobos e soluções bem fáceis. Sei que foi feito para o público infantil, do qual acredito que só a opinião deles é que realmente importa aqui. Mesmo percebendo esse pequeno (ou grande) detalhe eu continuei e consegui tirar uma importante lição passada pelo longa.
A segregação mostrada aqui é bem nítida. Todo o dilema do longa fica entre fechar a passagem entre os bonzinhos e os malvados. Por incrível que pareça, esse detalhe é a melhor coisa que temos aqui. Todos tem algo bom para oferecer, seja você que cresceu de forma digna ou de maneira miserável. Tachar pessoas de vilãs baseadas em atitudes dos pais também pode ser um ato de vilania. Mas isso é Disney, e tudo se resolve num aperto de mão, um abraço e umas boas músicas cantadas para resolver a situação sem mágoas.
Antes de ter visto esse eu já tinha visto o 1º e o 2º e tenho praticamente a mesma opinião por todos. Esse filme não é para você, ele é para seus filhos, sobrinhos, netos pequenos, de preferência que sejam fãs da Disney e que amem um pouco de musical. Algumas músicas são grudentas e capaz de te fazer cantarolá-las por um tempo após vê-lo, mas não se preocupe, isso passa. Ele se encontra no catálogo do TelecinePlay, veja por sua conta e risco.
Fica aqui um momento de curiosidade mórbida. Esse foi o último filme de Cameron Boyce, o rapaz que faz Carlos, o filho da Cruela. Ele faleceu em 06 de julho de 2019 dormindo, devido a um ataque súbito de epilepsia. Tinha apenas 20 anos. É sempre triste e trágico ver a morte prematura de um jovem talentoso e que poderia ter voado bem mais alto com o tempo.