Depois do Casamento

Depois do Casamento” é o remake de “Efter Brylluppet”, um filme dinamarquês de 2006 que inclusive concorreu ao Oscar de língua estrangeira, e que ainda tem no elenco Mads Mikkelsen (A Caça). A principal diferença entre os dois é a troca de sexo dos personagens. O papel de Mads é agora vivido por Michelle Williams (Sete Dias com Marilyn). E esta nova versão foi o escolhido para abrir o festival de Sundance de 2019 e que tem na direção Bart Freudlich, que não é responsável por nenhum trabalho de grande expressão no cinema, mas que foi responsável por dirigir diversas séries como Californication e Mozart in the Jungle. Ele aqui cria um filme praticamente em cima das atrizes principais do longa que junto com um grande drama familiar nos traz uma história com descobertas e reviravoltas que deixaria qualquer autor de novela no chão.

Sinopse: “A gerente de um orfanato em Calcutá, na Índia, luta para manter o estabelecimento funcionando. Desesperada por dinheiro, ela acredita ter encontrado a benfeitora perfeita (Julianne Moore), dona de empresa multimilionária. Porém, para receber o dinheiro, ela precisa viajar até Nova York e conhecer a mulher por trás da riqueza, em meio a uma pomposa celebração matrimonial. Chegando ao local, a gerente não consegue disfarçar os segredos que a unem ao marido da empresária.”

De cara, tenho duas coisas que merecem ser comentadas: o drama e as atrizes. Primeiramente, falemos sobre o drama. A história, que a princípio parece ser bem desinteressante, se mostra um emaranhado de mentiras e segredos guardado por anos. Ao ver o trailer desse filme, ele te faz pensar em uma coisa sórdida e vil, mas que durante a projeção nada disso me veio a cabeça. Sei que pode soar um pouco confuso ao ler esta resenha, mas não posso contar muito para não estragar as surpresas e dar um spoiler na cara do espectador.

A segunda coisa importante a ser comentada é o desempenho das duas atrizes principais do longa: Michelle Williams e Juliane Moore (Para Sempre Alice). A primeira tem uma ótima atuação sempre interpretando como se tivesse no limite e incapaz de expressar tudo o que sente de verdade. Junto com sua vergonha conseguimos ver somente em seu olhar o quanto está sofrendo pela situação apresentada. A segunda é uma monstra atuando. Quem conhece seu trabalho sabe do que estou falando e se não sabe vai saber ao ver esse longa, principalmente em uma cena em particular, que acredite, você saberá qual é.

A direção é simples e pouco inspiradora, mas é um bom drama para se ver e se surpreender. Toda vez que aparece um remake como esse de um filme estrangeiro (americano não gosta de legendas), sempre indico ver o original. A tentativa de cópia sempre perde um pouco da aura original, e com isso se perde muito da emoção criada inicialmente. Sei que filmes dinamarqueses não são tão fáceis de achar em qualquer lugar. Nesse caso, vale a pena ver a versão americana, pois de algum jeito estará vendo uma grande história.