Dafne

Dafne é um filme italiano dirigido por Federico Bondi (Mar Nero) que participou do 69º Festival Internacional de Cinema de Berlim e que foi o grande vencedor da Associação Internacional de Críticos de Cinema (FIPRESCI) desse ano (2019). A história é basicamente sobre a vida de uma menina com síndrome de down que tem que aprender a viver somente com o pai após a morte da mãe a quem era muito apegada. Uma história bem humana sobre relações e afeto de entes queridos após a perda de alguém importante.

Sinopse: “Dafne (Carolina Raspanti) é uma determinada e talentosa jovem com Síndrome de Down que, logo após a morte de sua mãe, precisa aprender a se conciliar com o seu pai, com quem nunca teve uma convivência exemplar. Percebendo que só possuem um ao outro, eles precisam aprender a compreender suas próprias diferenças.”

Eu não lembro de ter visto algum filme com atores principais com síndrome de down. Certamente deve ter, mas nunca vi. O que mais me chamou a atenção aqui é o fato da menina Dafne, vivida por Carolina Raspanti, ser ótima. Desde o início eu comprei a ideia e pra mim foi ótimo vê-la em cena. O papel dela poderia ter sido feito para qualquer um, mas acredito que por esse detalhe (síndrome de down) ele se torna mais profundo do que poderia ser com qualquer outro ator. A sua sinceridade pode machucar e até mesmo fazer rir por ser uma pessoa tão pura e boa de coração.

A relação de Dafne com seu pai é o ponto alto do longa, mas mesmo assim não acho que tenha sido feita de uma forma natural e orgânica. Fiquei confuso em entender como era a relação dos dois antes da morte da mãe e como é após esse fato. A relação de descontentamento de um com o outro fica evidente, mas não sei de onde vem isso. Até mesmo quando os dois estão bem, me perguntei como isso aconteceu do nada. A união entre os dois fica evidente na parte final, principalmente na última cena que é extremamente simples, linda e poética.

Não acho que seja um filme fácil de se ver. Atores entram e saem de cena do nada. Comentei isso porque em diversos momentos parece que eles vão fazer uma diferença, mas não. É uma história comum que em momentos parece até mesmo um documentário. É leve mas não é tão dinâmico, mesmo assim tem o seu valor por contar uma história de uma visão que nunca imaginamos antes.