Creed II

Quando Creed (2015) foi anunciado como uma suposta continuação da franquia Rocky, eu entortei o olho e fiz cara feia, pois pensei: “como vão continuar sem o personagem principal sendo ele um dos mais amados de todos os tempos?” Passada essa desconfiança inicial eu fui vê-lo no cinema e achei espetacular. Assim começou essa nova franquia de boxe que já está aí como uma das minhas favoritas. Ela consegue respeitar o passado e ainda assim nos apresentar elementos novos e amá-los também. Algo que a franquia Star Wars ainda está tentando fazer, mas que aqui já faz com brilhantismo.

Sinopse: “A vida se tornou um ato de equilíbrio para Adonis Creed. Entre suas obrigações pessoais e o treinamento para sua próxima grande luta, ele se vê enfrentando o desafio de sua vida. Enfrentar um oponente com laços com o passado de sua família apenas intensifica a batalha nos ringues. Rocky Balboa está ao seu lado em todo o processo e, juntos, Rocky e Adonis irão confrontar o legado que compartilham, questionar o que vale a pena e descobrir que não há nada mais importante que família. Creed II trata de voltar às origens e redescobrir o que fez de você um campeão a princípio, e lembrar disso em qualquer lugar. Você não pode escapar da própria história.”

Foi incrível pra mim perceber que 2h10m de projeção passaram rápido. Eu queria ter visto muito mais. Ver a ascensão, a queda e o ressurgimento de Adonis Creed é sensacional. As lições  que temos aqui são dignas de levarmos para as nossas vidas. Levar em conta a forma como encaramos nosso medo de viver é assunto central aqui. O amor pela família e o que estamos dispostos a fazer por quem amamos. Os atos de nossas vidas não podem ser feitos apenas pensando em nós, mas em todos que nos cercam e nos amam. Um ato egocêntrico pode levar tudo a perder. E aprendemos junto com o personagem principal.

Apesar de termos um antagonista muito bem definido, com Florian Munteanu vivendo Viktor Drago, podemos notar que ele não é um vilão clássico como foi seu pai. Os tempos são outros e as motivações são diferentes. E aqui podemos ver uma pessoa que cresceu em meio a humilhação e ao ódio. Alguém que foi doutrinado para ser uma máquina de matar. Fruto do rancor de seu pai e que só quer o reconhecimento e amor dos pais. Parece cliché, talvez até seja, mas isso poderia acabar com o psicológico de qualquer um. E esse contraponto com o drama de Adonis é que nos faz pensar sobre o que vimos.

A nostalgia bate forte. Eu me empolguei fácil só por ver Ivan Drago, vivido por Dolph Lundgren (Soldado Universal), em tela novamente. Ver o embate mental entre ele e Rocky, vivido por Sylvester Stalone (Os Mercenários) já foi o suficiente para me empolgar. Na verdade isso já tinha me empolgado no trailer mas ao ver na telona isso só se intensificou. Ver como ficaram, suas carreiras após 30 anos do embate de Rocky 4 também acaba se tornando um grande chamariz.

Todos os filmes da franquia falam sobre determinação. Principalmente do quanto vamos apanhar da vida e quantas vezes vamos nos levantar ao cair. Uma frase me chamou atenção nesse filme: “Para infringir dor, nós temos que conhecer a dor”. O importante não é a dor que sentimos e sim o que vamos fazer com ela. Tudo muito brilhante e bastante sóbrio. Filmaço que recomendo para todos.