Cópias

Todos que leem minhas resenhas sabem que eu amo cinema. Amo todos os gêneros possíveis, desde comédia a filmes gore, mas o que vocês não devem saber é que eu tenho um preferido: Ficção Científica. Abreviando, o famoso “scifi”. Talvez você esteja se perguntando (ou não) o porquê de ser o que mais gosto. Respondo mesmo que queira saber ou não. Amo porque ele geralmente mexe com coisas tecnológicas e invetivas que não temos ainda. Não só isso, todo o debate sobre ética, o famoso certo ou errado, o querer brincar de Deus, também está aqui. E ainda também o embate filosófico que geralmente faz você sair do cinema pensando sobre o que viu e que dependendo da qualidade da discussão, dure dias ali matutando. “Cópias” não chega a ser uma obra-prima, mas entra um pouco em tudo o que falei agora.

Sinopse: “Depois de um grave acidente de trânsito que matou toda a sua família, um neurocientista (Keanu Reeves) sente que perdeu o sentido da vida. Utilizando seu meio de trabalho, ele se torna obcecado em trazê-los de volta, mesmo que isso signifique desafiar boa parte do governo e, principalmente, as leis da física.”

Como muitas sinopses de ficção, a premissa é sempre boa, mas colocá-la em prática é sempre mais difícil. Até que ele vai bem durante muitos momentos, mas acaba rumando para um lado sem consequências. Me fez lembrar muito a história do monstro de Frankstein. Só que nesse há consequências drásticas, caso que não acontece em “Cópias” e tudo se encaminha para um final feliz. Tudo o que o personagem vivido por Keanu Reeves (Matrix) faz, não gera nenhum fato que culmine em um discurso ético e moral. Ele fez e pronto, só faltou um “desculpa aí, foi mal”, o que pra mim se torna o maior ponto fraco do longa. E faltou também uma consequência forte por querer brincar de Deus. O final pra mim mancha o que de melhor foi construído até aqui.

Isso diminui o gênero que eu vanglorio, o que acaba fazendo com que eu seja mais chato ao julgar. Tirando esse detalhe que pra mim é necessário, é uma excelente diversão. Afinal, ninguém é obrigado a ver algo somente com minha visão. Pensando dessa forma mais ampla, consigo notar que é um bom filme para entreter e passar o tempo, nada mais que isso. Infelizmente, não temos aquela dose cavalar de filosofia que esperamos de algo do gênero, mas se não liga tanto assim para isso certamente será uma boa diversão.