Castelo de Vidro

Muito parecido com “Capitão Fantástico”, o novo longa de Destin Daniel Cretton é um “must see”. Conta a história da jornalista Jeannette Walls, que cresceu com pais que se diziam livres quando na verdade eram mendigos por opção.

O filme se passa em dois momentos, em um, já adulta, Jeannette é praticamente uma socialight, noiva do rico empresário David. Ela ainda tem contato com os pais e os irmãos, porém, muito pouco, pois não quer saber nada daquela vida que deixou para trás, na adolescência.  Em paralelo, é mostrada sua infância, que mistura poucos momentos de carinho e aventura com os pais, com terríveis abusos. A menina é queimada ainda muito pequena e fica com cicatrizes pelo resto da vida, pois a mãe lhe deixa cozinhar para não passar fome, já que prefere ficar pintando. O pai é um alcoólatra e o pior de tudo é que eles vivem de casa em casa, digo, de barraco abandonado e carro em carro.

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Uma ilusão vivida pela menina é que o pai lhes diz que quer construir um castelo de vidro para eles morarem (daí sai a alcunha do filme), porém, é obvio que o projeto nunca sairá do papel.

O elenco foi o que me levou ao cinema, a personagem principal é interpretada pela maravilhosa vencedora do Oscar, Brie Larson (O Quarto de Jack), seu noivo é o ator Max Greenfield da série New Girl, aliás, vocês não imaginam a felicidade que me dá ver um ator talentoso de alguma série que sou fã ter a oportunidade de participar de um filme com atores de peso do cinema. Os pais são respectivamente Naomi Watts e Woody Harrelson.

Realmente gostei muito, acredito que ele deve ser visto por todos, principalmente, por três motivos. Primeiro, todos nós tivemos vidas difíceis em algum momento, alguns em níveis piores que outros, mas acho que ver uma menina que confia nos pais, sonhadora, sem luz, gás e muito menos comida, faz com que nós reavaliemos nossos próprios sofrimentos, vendo que as coisas poderiam ter sido bem piores. Segundo, a atuação impecável, emocionante e maravilhosa tanto do elenco mirim quanto dos adultos, principalmente Larson e Harrelson. E terceiro, para nos lembrarmos de nunca termos vergonha de quem somos, de nossa origem, que não importa de onde você veio, mas sim aonde é capaz de chegar.

Minha única ressalva é que não gostei muito do final, mas, como é uma obra biográfica não teria como o fim ser diferente.