Casa Gucci

Ridley Scott é um diretor multifacetado, sua filmografia contém muitos trabalhos dos mais variados gêneros e temas. Porém, o diretor se consagrou por filmes épicos como “Gladiador” (2000) e “O Último Duelo” (2002) mas principalmente ficção científica como “Alien, o oitavo passageiro” (1979), “Blade Runner” (1982), “Prometheus” (2012), dentre outros. Ao ser convocado para dirigir a controversa história da família Gucci, o expectador ficou curioso. Maior ainda a curiosidade ao reunir em um mesmo elenco estrelas antigas vencedoras do Oscar como Al Pacino (Perfume de Mulher) e Jeremy Irons (O Reverso da Fortuna) em concomitância com estrelas da nova geração como Adam Driver (História de Um Casamento) e Lady Gaga (Nasce Uma Estrela).

Na trama, Patrizia (Lady Gaga) engata um romance com o tímido estudante de direito Maurizio (Adam Driver), um dos herdeiros da Casa Gucci. Seu pai Rodolfo (Jeremy Irons) com medo que a moça de origem humilde seja uma golpista proibi o filho de manter o relacionamento ameaçando deserda-lo. Os dois se casam a revelia  já que Maurizio não quer nada a ver com os ambiciosos Gucci. Com o tempo Patrizia convence Maurizio a se envolver na empresa após a aproximação do tio Aldo (Al Pacino). Quando o pai de Maurizio morre a família entra em guerra pelo domínio do império. Tudo isso levando a traições e um assassinato que virou noticia no mundo inteiro.

 

A escolha de elenco recebeu críticas negativas e levantou polêmicas pelo sotaque italiano “caricato” de alguns atores como Jared Leto e Lady Gaga. Vale lembrar que o personagem de Leto (Paolo Gucci) é intencionalmente um personagem cômico, canastrão. E Gaga é de família italiana, não houve por parte da atriz nenhuma intenção de desrespeito. O elenco por inteiro está em perfeita consonância com o diretor.

O longa dura quase 3h que não são sentidas. A forma narrativa escolhida causa curiosidade para ver o desenrolar da trama e tentar descobrir as intenções dos personagens. Tudo isso embalado em condizente cartela de cores e trilha sonora contagiante com predominância de músicas de sucesso dos anos 80.

Nos primeiros minutos da trama, a personagem principal, Patrizia, já nos apresenta o que irá acontecer no decorrer da história. O filme não só narra a história daquela família com suas idiossincrasias, mas é também uma lição sobre como a ambição pode destruir famílias e até mesmo um império. Mocinhos podem se tornar vilões e vice-versa o tempo todo dadas motivações.

A narrativa divertida arranca algumas gargalhadas do público, mesmo se tratando de uma história dramática. Os pontos fracos são o pouco uso do grande artista Jeremy Irons, a escolha pobre da forma de uso da câmera sendo esta muito simples para um filme de tão grandes proporções, e a falta de preocupação com culturas regionais, se preocupado pouco com costumes e idiomas dos povos não americanos.

Um filme instigante, divertido, com mise-en-scène impecável, e que promete agradar todos os tipos de expectadores.