Cara Gente Branca – 4ª Temporada
Depois de maratonar a série inteira após o seu fim, chego aqui dizendo que estou muito feliz com o seu término ao mesmo tempo que me sinto pesaroso. Feliz porque acho que ela decaiu bastante depois da sua excelente primeira temporada e triste por ter acabado de um modo satisfatório e por sentir um pesar por saber que não irei mais ver alguns ótimos personagens que a série nos deu.
Desde o seu trailer, essa quarta temporada já foi taxada como musical e realmente tivemos bastantes momentos desse aqui. Alguns bons, outros mais ou menos, mas nunca ruins ou a toa. Esse viés musical foi justificado pela realização de um show de variedades em que o Troy ao lado de outros personagens resolvem fazer. Não tenho o que criticar aqui, só falar bem e lembrar que tivemos momentos que eles cantam ‘Virtual Insanity’ do Jamiroquai e ‘Bye Bye Bye’ do N’Sync, além de outras músicas conhecidas por aí.
Além disso, ela se passa em dois momentos: no futuro e durante o último ano da maioria deles na faculdade. A parte que mostra esse futuro é uma das coisas que me fez criticar a série nas últimas temporadas. Ela coloca a pandemia que tivemos como real em seu mundo e extrapola isso. É um exercício de como o mundo soaria dessa forma, mas tudo parece muito exagerado e meio fora do lugar. Além de que todos parecem pedantes e que sabem de tudo sobre a vida.
Me impressiona também o fato de como ele estraga determinados personagens e a maior vítima disso aqui é a Coco. Sabemos que ela é metida, um pouco fútil, mas é a que mais tem a falar ali. Sua trajetória na série é incrível, mas se perde quando precisam colocar ela como uma pessoa que nenhum de nós gostaria de ter por perto. Não só ela, outros personagens também acabam perdidos em um roteiro que parece não saber para onde quer levá-los.
Um outro exemplo é a Sam. Embora a série não tenha apenas um protagonista, podemos dizer sem medo que ela é a personagem principal da série. A pessoa que dá voz ao programa “Cara Gente Branca”. Em vez de amarmos ela, acabamos ficando com raiva porque ela nunca sabe o que quer direito. Suas brigas com o Gabe chegaram no limite também. Eles protagonizaram um ótimo episódio na 2º temporada onde discutem sobre pontos de vista de um branco e de um preto que é maravilhoso, mas mais uma vez deixam isso cair na mesmice a ponto de acharmos os dois chatos e ela muito egocêntrica.
Como outros destaques devo comentar que esqueceram a trama da ordem secreta e nesse caso ainda bem, pois era muito chata e sem propósito. Outro fato que devo mencionar é sobre o supremacista branco que sempre aparecia nas cenas pós-crédito e que me deixou nervoso do que ele iria fazer. Essa história se encerra com um desfecho meio ruim para o Reggie. Nada de horrível acontece, mas ele acaba sendo queimado por causa de seu desfecho. Ele é o personagem que mais sofreu com o preconceito nessa série e achei cruel o que fizeram com ele aqui.
É isso, ela me irritou em vários momentos, mas o seu resultado final pode ser considerada mediana. Me deixou um pesar de que ela poderia ter sido melhor, mas tudo bem. O seu final realmente me agradou e vê-los juntos e unidos no fim me faz abrir um sorriso de satisfação por tudo.
‘Cara Gente Branca’ se encontra completa e finalizada no catálogo da Netflix.