Brooklyn – Sem Pai Nem Mãe

Somente o enredo e as boas atuação de um elenco de peso já seriam suficientes, mas Edward Norton que aqui é ator, diretor e roteirista, nos entrega um protagonista atormentado, um personagem extremamente complexo, não só pela sua memória acima da média ou pela Síndrome de  Tourette (tique motores e vocais) mas também pelos problemas na infância, o abandono, a discriminação e solidão. Por ser muito diferente, é difícil para ele se adequar e conectar ao mundo das outras pessoas, como é mostrado em uma cena metafórica onde ele se imagina afogando-se.

Sinopse: “Nova York, anos 1950. Lionel Essrog (Edward Norton) é um solitário detetive particular com síndrome de Tourette, o que faz com que volta e meia não tenha controle sobre o que diz. No momento ele está investigando o assassinato de seu amigo e mentor, Frank Minna (Bruce Willis), mas tem poucas pistas sobre o que aconteceu. Obsessivo, Lionel passa a percorrer vários trechos da cidade em busca de respostas, até encontrar um caminho através da especulação imobiliária em vizinhanças resididas em sua maioria por pobres e negros.”

Um noir que faz referência a filmes como “O Prisioneiro do Passado” (1947) e “Chinatown” (1974). É um suspense com todos os seus elementos necessários, crime, mistério, investigador e uma bela moça. Nessa rede de intrigas bem azeitada, nada é o que parece. Além da história de mistério, são abordados temas como ambição, racismo, desigualdade social e a corrupção política.

Com certeza, extremamente indicado para os fãs da série “Boardwalk Empire“. Não só pelo elenco que contém Bobby Cannavale e Michael K. Williams, mas também pela temática e estética que são basicamente as mesmas.

Em seu segundo trabalho como diretor e primeiro como roteirista, Norton entrega uma obra-prima com todos os ingredientes necessários para criar o que pode vir a ser um clássico.  As informações que inicialmente podem parecer soltas se ligam a seguir, onde tudo faz sentido. A filmagem foi feita de tal forma que nos conduz aos objetos importantes.

A trilha sonora, indumentária e as lojas de chapéu que não param de ser mostradas, nos passam a total certeza de que a trama é ambientada nos anos 50, mesmo que isso não seja dito.