Bliss: Em Busca da Felicidade

Bliss: Em busca da felicidade” é um filme de drama e ficção científica com direção e roteiro de Mike Cahill (O Rei da Califórnia). Assim como a trilogia “Matrix” (1999), a trama gira em torno da descoberta de uma suposta realidade virtual. Tudo isso envolto em lembranças, romance, sentimentos e arrependimentos nos moldes do vencedor do Oscar de Roteiro Original em 2005 “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”.

O longa é divido em três atos que são bem definidos pelas cores. No primeiro ato, somos apresentados a Greg (Owen Wilson) um homem de meia-idade que está divorciado, parece infeliz, não tem um bom relacionamento com os filhos e faz uso constante de remédios. O fato catalisador da trama é o momento em que é demitido e parece ter matado seu chefe. Em desespero entra em um bar chamado Platão (a escolha do nome pelo diretor evoca a teoria da alegoria da caverna onde só se vê sombras, se faz conjecturas e não se sabe exatamente o que está do lado de fora). É lá que Isabel, interpretada por Salma Hayke lhe informa que eles vivem em uma realidade simulada, os dois são reais mas a maioria das pessoas são espécies de hologramas que eles podem controlar se tomarem determinadas pedras mágicas. Detentores da informação de que nada é real, logo não existem consequências eles embarcam em aventuras usando as substâncias coloridas e vivendo nas ruas onde vão viver um romance.

 

Em um segundo ato, eles vão ao suposto mundo real no qual são cientistas prestigiados e vivem em um lugar idílico. As cores são bem vívidas e vibrantes com belíssima fotografia e direção de arte. Lá ele é confrontado pela lembrança de sua filha adolescente e ai vem o mote central da trama, o que é real? No terceiro ato as cores são mais realistas, nem tão vibrante e nem tão obscuras.

O diretor nos propõe uma reflexão sobre jornada, amor romântico, amor de pai, realidade e ilusão. Se o longa é baseado em universos paralelos ou se os personagens estão vivendo em viagens de substâncias psicotrópicas não nos cabe saber. O importante são as escolhas, renúncias e a lição principal do filme que nos faz apreciar o mundo em que vivemos com todas as suas imperfeições e caos.