Assunto de Família
Desde sempre, somos bombardeados pela noção de certo e errado. Alguns assuntos até são cinzas, mas outros são claros, já determinados pela sociedade, pela nossa criação, religião e etc. Matar é errado, enganar é errado, roubar é errado. Amar é indiscutivelmente certo. É justamente nessas questões de certo, errado, amor e família que se baseia esta produção que foi escolhida para representar o Japão no Oscar. Com certeza, a intenção de seus idealizadores é nos tocar e fazer pensar. Tudo isso foi alcançado perfeitamente.
Somos apresentados a uma família humilde, onde vários ocupam o mesmo espaço. Apesar de alguns de seus integrantes possuírem empregos, estes não pagam muito, por isso, para sobreviver praticam pequenos delitos a mercados e lojas do tipo. Acho fácil não condenar quem rouba para alimentar sua família, mas e quando esses furtos envolvem crianças?
A história gira em torno de Osamu (Lily Franky) que ensina o filho a roubar e na volta para casa encontra uma menininha que parece passar fome, ele então a leva para casa por pena. Lá todos os integrantes, sua esposa, sogra e nora acabam se afeiçoando a menina. Quando vão levá-la de volta, fica claro que ela sofre maus tratos de seus pais, é ai que eles decidem ficar com ela, que parece adorar a ideia.
No decorrer do longa, vamos vendo que esta não é uma família comum, nada é o que parece. O filme ilustra a noção de que família não tem que ser de sangue, que a linha entre o certo e o errado as vezes é muito tênue em uma trama tocante e bem amarrada onde nada é o que parece. O único ponto negativo que encontrei foi a trama ser um pouco arrastada em alguns momentos, fazendo com que o filme pareça muito mais longo do que realmente é.
Como uma grata surpresa, gostei de ver a cultura nipônica mostrada de outra forma. A história que nos é contada poderia muito bem se passar no Brasil, com certeza por aqui, temos famílias como esta. Nós temos a visão do povo japonês muito disciplinado e cheio de regras, achei super interessante ver que eles são como nós em muitos pontos e que apenas a distancia geográfica nos diferencia fundamentalmente.