Argylle – O Superespião

Inicialmente, “Argylle” parece um filme de ação e espionagem com toques de humor como 007 ou “Missão Impossível”, ou seja, aqueles exemplares nos quais se deve deixar a noção de realidade na porta em nome do bom e velho divertimento. Porém, este trabalho do diretor Matthew Vaughn (Kingsman) não é isso. A primeira parte da trama até esboça certa coerência e veracidade aos moldes de uma aventura cheia de ação. Da metade para o fim descobrimos a realidade. A intenção do diretor não foi o filme de espionagem com toques de humor e sim um filme de humor com toques de espionagem e ação. Um pastelão completo repleto de divertimento do início ao fim, se assemelhando muito a uma paródia de James Bond, com reviravoltas rocambolescas dignas de uma novela mexicana. Tudo isso segurando o ritmo de adrenalina e risadas do início ao fim sem pausas para o tédios. As mais de duas horas de projeção passam sem ser sentidas nessa produção indicada para todos os públicos.

Na trama, Elly Conway (Bryce Dallas Howard) é uma ex-patinadora, ex-garçonete e autora de uma série de livros de espionagem protagonizadas pelo agente Argylle, que ela imagina com a aparência de Henry Cavill. Ela é a típica mulher comum, apaixonada por seu gato, com algumas peculiaridades e muito próxima de sua mãe. Quando sua vida parece está em perigo o agente Aidan (Sam Rockwell) lhe diz que seus livros estão prevendo o futuro dos espiões que querem matá-la, ela deve embarcar com ele em uma perigosa aventura para desvendar mistérios antes dos bandidos, sempre usando uma mochila com seu gato dentro.

 

A construção da personagem de Bryce foi inspirada na cantora Taylor Swift, por ser uma mulher com aura doce que adora gatos e cardigãs. Os personagens principais são verdadeiras sátiras do que se espera de agentes secretos. No lugar de Henry Cavill ou John Cena (O Pacificador) como ela imagina os agentes, encontra-se um humorizado Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime).

A cena pós-créditos pelas mãos do roteirista Jason Fuchs (Mulher-Maravilha), nos faz acreditar que todo o enredo é parte do universo “Kings Man”. Além das milhões de reviravoltas, que acontecem por cima de outras reviravoltas, o público tem gratas surpresas com o elenco que conta com Bryan Cranston (Breaking Bed), Samuel L. Jackson (Pulp Ficton) e Catherine O´Hara (Esqueceram de Mim). O maravilhoso entourage conta com músicas fenomenais como notas de Barry White e os Beatles. Além de incríveis transições entre um take e outro pelas mãos do diretor. Contar mais seria estragar as gratas e hilarias surpresas.