Amigos Para Sempre

Quando um filme de língua estrangeira costuma fazer muito sucesso na crítica e bilheteria, o cinema americano logo quer fazer um remake . Acredito que seja porque eles não gostem de ver filmes dublados ou legendados, ou pode ser somente o fato de que eles querem ganhar dinheiro em cima do sucesso do mesmo. Já tivemos inúmeros casos assim e dessa vez temos a adaptação de “Intocáveis “(2011), filme francês que fez um enorme sucesso na época, e que também teve  uma versão argentina (Inseparáveis). Não duvido muito que ainda possamos ter a nossa versão dessa história. Mas será que vale contar a mesma história tantas vezes?

Sinopse: “Versão americana do fenômeno mundial “Intocáveis”. Philippe é um aristocrata rico que, fica tetraplégico após sofrer um acidente. Ele precisa de um assistente e decide contratar Dell, um jovem pobre, com registro criminal que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu estado. Entre o aprendizado da função e diversas gafes, Philippe se afeiçoa por Dell por não ser tratado como um coitado, e surge a improvável amizade com cada um conhecendo melhor o mundo do outro.”

Eu fui ver essa versão com o coração aberto, esperando que fosse contada pelo menos de um jeito diferente, mas não foi. Parece que pegaram o roteiro original e simplesmente copiaram tudo, com pequenas adaptações localizadas para facilitar o entendimento do público. “Intocáveis” é um filme genial, por ter sido uma história nova e original baseada em fatos reais dos dois personagens principais. Mas o que temos aqui é  mais do mesmo, o que para mim se tornou só mais uma repetição com algumas situações boas.

Não creio que os atores tenham culpa aqui, muito pelo contrário. São todos muito bons e mostram que pelo menos a escalação foi muito boa. Bryan Cranston (Argo) e Kevin Hart (Um Espião e Meio) formam a dupla principal do longa e são excelentes. Eles realmente têm aquela química de pessoas totalmente diferentes, mas que no fim é isso que os une mais ainda, deixando a atuação deles bem leve e crível. Só vacila um pouco nas horas das piadas que nem sempre funcionam. Fechando esse elenco também temos Nicole Kidman (As Horas) que está sempre belíssima e sendo o ponto mais humano da história.

Se você já viu o filme francês ou até mesmo o argentino não creio que valha a pena conferir esse. Se não assistiu, acho que vale a pena dar uma olhada. O importante  é que uma história de amizade como essa tem que ser vista de alguma forma. Não importa a versão que seja. No final, a mensagem de amizade de duas pessoas que em circunstâncias normais dificilmente seriam amigas prevalece em qualquer versão e em qualquer idioma.