American Horror Story – Delicate

Há quase 13 anos o público era apresentado a série de terror do controverso Ryan Murphy (Glee), em sua primeira temporada intitulada “Murder House”. Se valendo de uma nova legião de fãs, foram feitas 11 temporadas, cada uma com um tema. Predominância de quase um mesmo elenco, mas sempre se galgando em algum seguimento do gênero horror com muito surrealismo e pinceladas de críticas sócias. Está 12ª temporada escrita por Brad Falchuk e  Ryan Murphy; contou com o protagonismo de Emma Roberts (Abandonada) que já esteve no elenco de várias outras temporadas e séries de Murphy. Com claras referências ao clássico filme de Roman Polanski, “O Bebê de Rosemary”, são feitas criticas ao etarismo, a busca desmedida pela fama e ao parasitismo dos fãs.

Na trama, Anna (Roberts) é uma jovem atriz casada com o viúvo Dexter (Matt Czuchry), diretor de galeria de arte.  Eles está passando por tratamentos de fertilidade para tentar engravidar. Uma série de fatos misteriosos começam a ocorrer. Crimes, voyeurismo, stalkers, violência e o sobrenatural se mesclam  a busca implacável pelo prêmio Oscar e a vontade de ter um bebê. Em vários momentos é um encontro de “O Bebê de Rosemary” (1968) com “Suspiria” (2018).

 

Além do casal de protagonistas, a socialite Kim Kardashian é parte fundamental do enredo, que conta também com alguns integrantes dos elencos fixos de Murphy além da modelo e atriz Cara Delevigne. Como acontece de praxe nas outras temporadas temos muitas cenas sanguinolentas e vários momentos onde não sabemos se vemos o sobrenatural ou uma protagonista desequilibrada.

Mil sub-tramas se unem à narrativa central que satiriza o quanto somos capazes de sacrificar pela carreira e maternidade, além de alfinetar as atitudes da mídia, relações públicas e o quanto a mulher não era ouvida há décadas e continua não sendo. Por outro lado, a trama toma para si o poder que se supõe deveria ser do matriarcado em contraponto ao mundo sempre falocêntrico. Pena, que perde a mão no capítulo final. Todos os 8 episódios caminham muito bem, até que o último se perde um pouco no surrealismo e licenças poéticas para dar um desfecho que pode soar pouco satisfatório para alguns espectadores.