Além do Homem

Eu tenho tido um caso de amor e ódio com os filmes nacionais. Ou gosto demais ou tenho detestado, dificilmente conseguindo entrar em um meio termo. Como alguns já sabem, determinados longas eu prefiro não ver trailer e nem ver sinopse. Com essa falta de expectativa sempre espero por surpresas e coisas sensacionais. Talvez por este motivo eu esteja me decepcionando com algumas obras, inclusive com este “Além do Homem”. Pode ser apenas que eu não tenha entendido a sua intenção, mas realmente não me agradou.

Sinopse: “Alberto Luppo mora em Paris há muitos anos e não tem vontade de retornar ao país de origem. Mas quando o antropólogo francês Marcel Lefavre é supostamente devorado por canibais no interior do Brasil, Alberto é obrigado a retornar à terra natal para investigar o mistério e transformar a história em um livro. Chegando lá, recebe a ajuda do taxista Tião que o leva até o local. Alberto vai penetrando em um Brasil alegórico e misterioso. Temendo por um final como o do francês, se desespera.”

Achei um filme bem estranho com pessoas excêntricas até a alma, beirando um sonho ou alucinação de tão bizarras que são. Todas elas bem estereotipadas, o que me causou total estranheza me lembrando rapidamente dos filmes de David Lynch (Cidade dos Sonhos), que são totalmente malucos e muitas vezes sem nexo também. Tudo bem, você pode ser um fã dele, mas convenhamos que ele não usa uma linguagem muito fácil de ser captada. Por um bom tempo fiquei me perguntando o que eram essas pessoas estranhas e qual era o propósito de cada uma ali.

Apesar de não ter gostado do filme por achar muito “fora da casinha” (provavelmente era esse o principal motivo) tenho que falar sobres os atores que no meu ver estão todos muito bem, sem exceção. Destaco principalmente o protagonista, Alberto Luppo, vivido por Sérgio Guizé (Bruna Surfistinha), e o taxista Tião vivido por Fabricio Boliveira (Faroeste Caboclo) que aqui está fenomenal. Irei além e direi que até os que tem uma fala estão bem também. E tudo isso graças a ótima direção de Willy Biondani (Olhar Instigado) que está impecável aqui, tanto com sua fotografia, enquadramento de câmera e direção de atores.

Acredito que com uma mente aberta e tranquila, o longa possa ser melhor. Se rolar aquela abstração de ideias, talvez consiga curtir e até mesmo rir bastante (os diálogos são bons). Para mim, infelizmente acabou sendo um filme louco que mexe com a sanidade do protagonista e, nesse caso, não sou o maior fã de tal história.