Acrimônia

Acrimônia é um substantivo feminino da língua portuguesa com muitos significados negativos como: comportamento indelicado, aspereza, severidade, mordacidade, azedo, etc. Talvez, o mais pesado deles seria o mais correto para resumir a história deste longa: o sentimento de ÓDIO. Que ser humano nunca teve uma crise de ciúme, seja ela por motivos bobos, seja ela por motivos reais? Mas, até que ponto uma crise de ciúmes pode ser considerada normal e até onde ela pode se tornar algo doentio para sua sanidade e perigoso para as pessoas próximas a você?

Sinopse: “Melinda (Taraji P. Henson) sempre foi uma esposa fiel, porém, cansada de ficar ao lado de seu marido preguiçoso, Robert (Lyriq Bent), se divorcia quando ele faz com que ela perca a casa de sua família. Meses depois, Melinda descobre que seu ex-marido ficou rico e está noivo de outra mulher. Sentindo que ele deve a ela todo o tempo e dinheiro que ela investiu quando estavam juntos, ela perde o controle e vai atrás de vingança.”

Até que ponto nós sentimos apenas ciúmes ou estamos entrando em algum tipo de patologia, achando que nossa intuição pode sempre estar certa? Digo isso, pois acredito que todos estão aptos a estarem na mesma situação da personagem de Taraji P. Henson (Estrelas Além do Tempo): esposa devota que faz tudo pelo marido e no final sente que ele apenas a usou para benefício próprio. O grande dilema que confunde a mente é: E se, apesar de ter errado no passado, a pessoa se arrepende e realmente ama a esposa? É justamente nessas horas que a nossa mente pode falhar e pensar em coisas absurdas somente porque faz mais sentido em nossa cabeça.

Consegui entrar no clima do filme e isso me fez gostar dele, embora tenha algumas coisas sem sentido. Seu custo de produção me parece ter sido bem baixo e com aquele clima de telefilme. Tirando a protagonista, em relação a qual realmente conseguimos ver uma atuação ali, os outros atores me pareceram bem robóticos e amadores. O uso da tela verde (chroma key) está bem na cara em certos momentos, o que me deixou também bastante incomodado e me perguntando porque eles simplesmente não filmaram nos lugares que deveriam ter filmado. Apesar de certa experiência, a direção de Tyler Perry (responsável pelos longas de Madea) é bem fraca, beirando a de um novato.

Apesar de todos os problemas que acabei de apontar, ainda sim é um filme que dá para curtir sem nenhum tipo de pretensão. Ouso dizer, sem malícia e sem ser de uma forma pejorativa, que, quando for exibido na televisão, este filme passará no Supercine, nas noites de sábado. O clima de traição e vingança, com aquela pitada nítida de orçamento baixo, me fez ter esse pensamento. Por mais que pareça, não é de uma forma maldosa que falo isso, pois foi realmente o meu sentimento.