A Noiva

Muitas pessoas reclamaram do filme, porém, é importante ter em mente qual o intuito de uma obra e se ela cumpre seu propósito. “A Noiva” (Nevesta em Russo) não se propõe a ser um filme com nuances, terror psicológico ou cult, ele é inteiramente formado pelo grotesco, assustador, gótico e macabro. Sendo parte deste grupo típico de terror, ele com certeza arranca vários sustos e consegue criar uma atmosfera tensa que nos deixa curiosos e interessados, ou seja, cumpre seu propósito. Não tenho muito o que falar sobre o filme, só que ele é um bom terror e vale sim, e muito, ser assistido para quem é fã do gênero em sua forma mais famosa.

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Acredito que o fato da história se passar na Rússia, um país do qual nós brasileiros não sabemos muito, usar cadáveres, casas antigas e ainda fatos verídicos (como o mórbido hábito de fotografar os mortos), ajuda a criar o clima perfeito para que o filme seja assustador. Infelizmente, eu assisti dublado para o idioma inglês o que não faz muito sentido, certo? A dublagem nem mesmo era boa, as vozes não combinavam com os personagens e a mixagem de som deixava muito a desejar, espero que vocês tenham a chance de assisti-lo em seu idioma original.

A primeira cena já é a mais macabra, depois disso o filme ainda é tenso e interessante (mesmo com grandes falhas de roteiro e lógica), mas, com certeza, a primeira parte que se passa em tempos antigos é a mais assustadora.

O enredo gira entorno da lenda de que se os mortos fossem fotografados com os olhos pintados (nas pálpebras, criando a falsa ilusão de que estavam abertos) seria possível manter a alma intacta. Assim, um fotografo que acabou de perder sua noiva realiza um “transplante de almas” utilizando o corpo de uma inocente camponesa para abrigar a alma de sua amada perdida. Para isto, é preciso que a moça seja uma virgem para que o ritual funcione. Porém, como normalmente acontece em tramas de terror, a experiência funciona só que a noiva já não é mais o que era antes. O resto da trama, que se desenrola em tempos atuais, mostra uma doce estudante que está noiva conhecendo a casa e a família para a qual irá entrar, a mesma família do fotografo do inicio da história.

Abordar o tema da foto dos mortos não é algo novo, aconteceu em alguns como “Os Outros”. Como disse anteriormente, existem falhas de roteiro e lógica, mas ainda assim gostei bastante da minha experiência cinematográfica que teve um Q de “O Bebê de Rosemary”.