A Maldição da Mansão Bly
A Maldição da Mansão Bly é a 2º temporada de uma antologia, agora, chamada de “The Haunting” (A Maldição). Sua 1º temporada foi a excelente A Maldição da Residência Hill, que também foi feita pelos mesmos produtores. Mike Flanagan (Doutor Sono) é o criador da série e é o principal responsável por ela. Trouxe parte do elenco da temporada anterior de volta e consegue manter o nível de excelência contemplada. Embora eu prefira a história de Residência Hill, essa também é uma ótima história para ser acompanhada.
Sinopse: “A temporada é baseada principalmente no livro de 1898 “A Volta do Parafuso” de Henry James. Com praticamente o mesmo elenco da temporada anterior interpretando outros papeis.”
Comecei a vê-la com toda a força do meu medo (sim, tenho medo) e no início ele é realmente justificado. Tudo o que não conseguimos entender é transformado nesse sentimento de pavor, mas conforme a história vai se desenrolando e explicando os mistérios, esse sentimento vai se esvaindo. Sentir medo não te exime de tomar susto, e tem uma parte específica que pulei da cadeira de uma forma vexatória. A brincadeira de procurar fantasmas em tudo o que é lugar acaba sendo mais uma diversão, e quando você vê um, sempre rola um arrepio.
Dessa vez, o medo não vem apenas em forma de fantasmas, mas também vem em forma de traumas. Eles são metaforicamente materializados e podem nos causar alguns medos. Exemplos disso é o reflexo no espelho que nossa protagonista sempre vê e quando o personagem de Henry Thomas (E.T. O Extraterrestre) se vê de uma forma que dá mais medo do que qualquer outra coisa. Quando absorvemos os traumas, também paramos de sentir medo. Isso é muito reflexo do que a história quer nos passar.
Como dito no episódio final: “não é uma história de fantasmas, mas sim uma história de amor”. Diria que são as duas coisas. Ela é de fantasmas sim, mas talvez não seja o grande foco final. Agora, quando pensamos que ela é sobre o amor, nos destrói por dentro, pois está repleto de histórias tristes como se fossem contos e lendas que contamos para as crianças, seja para assustá-las, seja para ensinarmos lições. Ao término dela, me senti pra baixo, mas satisfeito com o que vi.
Nem tudo é perfeito e assim que acabou, fiquei pensando em várias coisas que não nos deram uma resposta. Refletindo sobre tudo, consegui notar vários furos no roteiro, mas que no final, não importa tanto assim. Mesmo assim, fica aqui essa minha pequena crítica sobre isso. Esperei também algo parecido com o episódio 6 de “…Residência Hill”, que para mim foi umas das coisas mais maravilhosas que vi na televisão nos últimos tempos, mas infelizmente não teve. Tudo bem, não era obrigado, mas a excelência desse episódio me fez querer ver mais.
O mais perto que tivemos de algo grandioso aqui, em questões de episódio, acredito que tenha sido o episódio 8. Mostrar o passado e a origem de um dos personagens mais misteriosos da trama foi muito bom, porém foi feito em uma hora errada. Ele foi mostrado entre episódios com o clímax lá em cima, servindo como um grande parênteses. Foi como se estivéssemos em uma montanha-russa parada no alto e começasse a explicar algumas coisas antes da queda cheio de adrenalina.
Achei a série boa, mas que não consegue superar a sua antecessora. O meu erro pode ter sido esperar por muito medo, algo que não tive tanto aqui. Caso essa não seja a sua expectativa, terá uma recompensa maior ao final. Assim que acabar, recomendo que veja o início do 1º episódio novamente. Alguns detalhes que você simplesmente ignorou farão todo o sentido quando você rever. Perfeito. A série se encontra no catálogo da Netflix. Se divirta, tenha medo e chore quando tiver que chorar.