A Freira

Quem diria que um personagem que foi criado aos 45 minutos do segundo tempo para Invocação do Mal 2 faria tanto sucesso ao ponto de ter seu próprio longa? Quando digo isso, é porque a nossa querida Freira nem sequer estava no roteiro. Ela foi colocada apenas durante a pós-produção graças a mente de James Wan (criador desse universo sobrenatural que contém os 2 Invocação do Mal e os 2 Annabelle). Agora temos a chance de ver a tenebrosa história do demônio Valak que se transveste de freira.

Sinopse: “Presa em um convento na Romênia, uma freira comete suicídio. Para investigar o caso, o Vaticano envia um padre assombrado e uma noviça prestes a se tornar freira. Arriscando suas vidas, a fé e até suas almas, os dois descobrem um segredo profano e se confrontam com uma força do mal que toma a forma de uma freira demoníaca e transforma o convento em um campo de batalha.”

Tenho que começar falando aqui sobre James Wan (Jogos Mortais) que concebeu esse universo sobrenatural. Desde que ele fez o primeiro “Invocação do Mal”, já criou uma nova forma de fazer filmes desse tipo. Ele consegue misturar toda a tensão do mundo junto com uma correria e urgência. Apesar de não dirigir esse filme, ele é um dos roteiristas e vemos todos os seus trejeitos aqui. Dessa vez a direção ficou com Corin Hardy (A Maldição da Floresta) que apesar de não ter a mesma genialidade do primeiro, faz um bom trabalho aqui.

Acredito que “A Freira“, só não é excelente porque eles perderam um pouco a mão no decorrer da projeção. Toda a tensão está lá, todo o clima pra deixar qualquer pessoa perturbada está la. O cenário de uma abadia no meio do nada é perfeito, mantendo sempre aquele clima escuro e fúnebre. Mas a partir do momento que o espectador não tem aquele tempo para se recuperar da cena anterior ele se perde, pois é tanto susto que acabamos perdendo o medo durante a história, e duvido que essa seja a intenção. Muitos clichés são usados, alguns de forma excelente e outros nem tanto.

Tenho também que elogiar a escolha do elenco e dizer que escalar a Taissa Farmiga (Bling Ring: A Gangue de Hollywood) para o papel principal foi genial. Além dela ser irmã de Vera Farmiga (que é a protagonista de Invocação do Mal), ela está perfeita aqui. Toda a sua doçura e ingenuidade são postas a prova. Junto com Demián Bichir (Os Oito Odiados), que faz um padre amargurado por erros do passado, mas que aqui busca sua redenção e também com o camponês vivido por Jonas Bloquet (Valerian e a Cidade dos Mil Planetas), temos o trio corajoso de protagonistas que enfrentará a maldita Freira.

Tenho que destacar algumas cenas que realmente achei incríveis. A cena em que as freiras estão rezando com a Taissa Farmiga de branco no meio delas em que a câmera começa de frente e sobe, mostrando todas de cima com um acontecimento depois foi de prender a respiração. E se você tem um mínimo de claustrofobia cuidado com uma cena específica que nos dá um baita nervoso. E a cena que foi totalmente copiada de Silent Hill também é ótima nos deixando bem tensos.

Não é o filme perfeito que eu estava esperando, mas é um ótimo longa. Se for fã desses tipos de história, a recomendação para ver é bem alta. Sei que é difícil mas tente ir em uma sessão onde tenham poucas pessoas, acredito que o clima será muito melhor e a imersão será perfeita. Agora é esperar os próximos. Acredito que  seja Invocação do Mal 3, que contará mais uma história do casal Warren. Até agora na minha cabeça ainda acho que a escolha de Taissa Farmiga aqui não tenha sido total por acaso, vamos esperar e ver como vão explorar as coisas ou se foi somente uma coincidência.