A Favorita
Este indicado ao grande prêmio do Oscar 2019 é com certeza para todos os gostos. Um filme de época contendo muito drama, um humor inteligente e nenhum furo histórico. Nós críticos, que já temos os olhos mais treinados, adoramos buscar pequenos furos nos cenários, vestimentas, maquiagem e objetos. Felizmente, este prazer culposo não existe aqui, somos realmente levados a corte do século XVIII junto com duas víboras manipuladores e uma quase vítima.
Este longa tem tudo para agradar gregos e troianos. Já sabia que gostaria dele mesmo antes de ver, justamente por ser de um tipo que me agrada. Infelizmente, eu o classifico como bom e apenas bom. Não há nada de errado, acredito que todos sairão satisfeitos do cinema. Porém, com tantos filmes maravilhosos e com mensagens impactantes no páreo, para mim, este não se compara aos seus concorrentes.
Li muitos textos elogiando as coadjuvantes Emma Stone (La La Land) e Rachel Weizs (A Múmia) por roubarem a cena. Sim, as duas estão muito bem em seus respectivos papeis, principalmente Emma, mas em Rachel não encontro nada que já não tenha visto antes. Nós já sabíamos que era uma excelente atriz, já éramos fãs, porém, sua personagem, Lady Sarah, acaba sendo mais do mesmo. O tempo todo lembrei de seu outro papel de época no filme de 2017, “Minha Prima Raquel”.
Vale destacar a química entre o diretor Yórgos Lánthimos e a atriz Olivia Colman. Ambos conseguiram compor uma personagem que é repulsiva e digna de pena ao mesmo tempo sem cair no caricato. Temos aqui, uma rainha infantil apesar da idade, carente, mimada e extremamente manipulável. Mesmo com tudo isso, por sua história de vida, ela é digna de pena. Realmente, Olivia deu um show, está de parabéns, mas para o prêmio de melhor atriz eu já tinha eleito a minha favorita.