Os Farofeiros 2
‘Os Farofeiros’ de 2018 foi uma grata surpresa para mim. Não sei onde e quando vi exatamente, mas lembro de sentar no sofá da sala, ligar a TV e dar de cara com essa comédia. Por não esperar nada e nem saber do que se tratava, a diversão veio natural e com isso acabei rindo demais com as situações em que essa família de amigos se metia. Logicamente que por causa disso a expectativa para ‘Os Farofeiros 2’ estava alta e é com isso que deixo uma frase de algum pensador popular: “a expectativa é a mãe da decepção”.
Sinopse: “Quando Alexandre (Antônio Fragoso) é reconhecido como o melhor gerente de vendas na empresa em que trabalha, ele ganha como recompensa por seus esforços uma viagem para a Bahia com toda a família. Porém, os outros três amigos não estão muito felizes com a forma como Alexandre comanda as coisas. Para tentar amolecer o coração dos amigos e garantir sua tão esperada promoção, ele resolve levar todos – acompanhados das esposas e dos filhos – para a viagem ao Nordeste.”
É uma pena dizer isso, mas eu não gostei dessa continuação. Queria muito ter gostado e preferia mil vezes vir aqui dizer o quanto ri e achei divertido. Infelizmente, não vai ser assim dessa vez. As situações são forçadas demais, o roteiro é fraco e até mesmo as atuações estão bem abaixo do esperado. Era para eu rir muito, mas só soube fazer cara de vergonha alheia com tudo o que estava acontecendo. Apenas em uma ou outra hora conseguiu tirar um sorriso genuíno do meu rosto.
Os responsáveis sabiam tanto desse potencial ruim que fizeram uma piada metalinguística com a situação. As crianças estão vendo um filme e as mães chegam e perguntam que filme estão vendo. As crianças prontamente respondem que estão vendo ‘Os Farofeiros 2’. Logo, a personagem de Danielle Winits começa a criticar dizendo que a continuação é sempre pior que o primeiro e que as mulheres gritam mais. Nesse momento, percebem que o que ela faz acaba indo para esse filme em que as crianças estão vendo. Com direito a patrocínio do Telecine em tela. Uma piada feita sobre eles mesmos para amenizar o que a maioria irá sentir. Aplaca um pouco o sentimento que o filme é todo ruim, mas não esconde.
Por falar em Danielle Winits (Até que a Sorte nos Separe), ela é um dos destaques negativos. Não sei o que aconteceu, ela parece forçada, uma grande caricatura daquela esposa que se acha chique demais para essas coisas. Uma voz empostada, sempre gritando, o que me incomodou muito. Embora o elenco tenha ótimos nomes e talentos, não senti nenhum deles brilhar como deveriam. Espaço tinha, mas talvez tenha faltado mesmo um bom texto. Dá até para sentir alguns improvisos, mas nem isso dá certo. Quando vão no texto, aí que a coisa piora mesmo. Terrível.
Mesmo assim tenho certeza que encontrará seu público cativo. Os órfãos de Zorra Total vão poder se deliciar com essa obra. Pensando bem, esse longa foi feito para essas pessoas mesmo. Riso fácil sem ter que pensar se isso ou aquilo faz sentido, e tá tudo bem também. Vale tudo para se divertir, mas dessa vez não deu para mim. Uma pena, pois pensei que gargalharia e choraria de tanto rir. Só me sobrou vir aqui reclamar. Nada muda o fato de que esse exemplar é bem inferior ao original.