Maestro

Bradley Cooper ganhou notoriedade em comédias como a trilogia “Se Beber Não Case”. De lá para cá, virou figura marcada nas premiações como ator em “O Lado Bom da vida”, ou como ator e diretor em “Nasce uma estrela”. Aqui ele brilha com o personagem mais desafiador de sua carreira até agora e, mais uma vez, assina a direção. “Maestro” tem a cara do Oscar em vários sentidos. Pena que este talvez não seja seu ano, uma vez que existe um “Martin Scorcese” no meio do caminho com “Assino da lua das flores” e que também, assina a produção ao lado de Cooper neste filme biográfico que conta a história do icônico Leonard Bernstein.

Enumerar os pontos que merecem elogios no longa é difícil pois ele é primoroso em diversos aspectos. As escolhas técnicas são espetaculares, as transições e mudanças de cenário são inovadores. Cooper utilizou a fotografia em preto e branco em alguns períodos da história e colorida em momentos mais atuais. Por falar em Cooper, sua atuação é digna da estatueta de melhor ator, os trejeitos e maneirismos de Bernstein, que são muito diferentes dos do ator, estão ali. Ele emociona com os olhos, além da voz anasalada muito difícil de ser alcançada sem ser caricata. Atuação primorosa não fica só por conta dele, Carey Mulligan mostra todo seu talento em uma personagem dramática e expressiva até mesmo nos momentos sem fala. O roteiro lhe cai bem, diferente do pouco inspirado e apenas divertido “Bela Vingança”.

O filme conta muito mais a história de amor diferente dos protagonistas do que a biografia da vida do maestro. A narrativa não mostra apenas fatos que aconteceram, nos são mostradas também cenas da mente dos personagens, realizações dos pensamentos poéticos de como os fatos se teriam dado na cabeça de cada um.

 

Impecável tecnicamente, em roteiro, atuação, trilha sonora, edição e emoção, além da maquiagem que é um show à parte. Resta torcer para que seja um azarão na temporada do Oscar 2024.